quinta-feira, 30 de julho de 2015

NOSSA AGRICULTURA FAMILIAR E O SLOW FOOD

NOTA DO BLOG: O texto transcrito abaixo tem consonância com uma de nossas bandeiras, a agricultura familiar.

É nesse contexto de busca do fortalecimento da agricultura familiar que nós queremos debater alternativas para a agricultura familiar de Mutum e de nossa região.

Postagem como essa tem por objetivo de demonstrar que nossa bandeira é erguida por várias mãos.

A broa de arroz de Santa Rita, ou o biscoito de Vala do Batista, ou outros produtos de expressão local em nosso município poderiam constar numa espécie de arca do gosto municipal.

Leia a postagem do site do Deputado Estadual Rogério Correia em: http://www.rogeriocorreia.com.br/noticia/agricultura-familiar-de-minas-ganhara-reforco-de-movimento-internacional/

Agricultura familiar de Minas ganhará reforço de movimento internacional

Ações para apoiar a produção e promover o consumo de alimentos da agricultura familiar foram discutidas durante encontro entre o secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Glenio Martins, e integrantes do movimento internacional Slow Food, em Belo Horizonte. Criado em 1986 pelo italiano Carlo Petrini como contraponto ao Fast Food (comida industrializada e rápida), a organização coleciona mais de 100 mil apoiadores em cerca de 150 países.

Durante a reunião com a representante do Slow Food para América Latina, Valentina Bianco, e com o facilitador Regional Sudeste, Marcelo de Podestá, o secretário Glenio Martins apresentou os projetos do Governo de Minas Gerais para fortalecer a agricultura familiar. “Acho importante abrirmos essa interlocução com o Slow Food. Juntos, podemos otimizar esforços e trocar experiências”, diz Glenio Martis.

Ele lembra que a secretaria coordena importantes instâncias de controle social, como o Cedraf-MG e o Conselho Pró-Pequi, programa estadual de incentivo ao cultivo, à extração, ao consumo e a comercialização do Pequi.

Arca do Gosto

O pequi figura no catálogo de alimentos em risco de extinção, elaborado pelo movimento por meio do projeto Arca do Gosto. Com esse trabalho, o Slow Food busca chamar atenção para o problema e trabalhar para que essas culturas regionais sejam mais valorizadas. “Nossa atuação vai além do aspecto da degustação e assume também um caráter político e social”, afirma a italiana Valentina Bianco.

A organização internacional está no Brasil para participar de uma série de atividades e lançar o aplicativo Slow Food Planet. A ferramenta conta com 847 dicas no Brasil, incluídas em 12.500 no mundo, de onde comer, comprar e passar o tempo livre, dentro da filosofia “alimento bom, limpo e justo para todos”.

No início da semana, o fundador do Slow Food, Carlo Petrini, assinou com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, termo de cooperação que busca preservar e valorizar os alimentos típicos encontrados em territórios rurais.

“Temos muito que contribuir para essa discussão. Somos o estado da gastronomia, da produção de folhas e frutos e da diversidade cultural. Enfim, temos várias possibilidades de agregarmos valor e ampliarmos o consumo de alimentos regionais”, conclui Glenio Martins.

PARA CONHECER O MOVIMENTO SLOW FOOD: http://www.slowfoodbrasil.com/.

AS VOLTAS QUE A ESQUERDA DÁ

TEXTO TRANSCRITO DO PERFIL DE: RUDÁ GUEDES RICCI.
AS VOLTAS QUE A ESQUERDA DÁ... ou... quando o MRT tentou ingressar no PSOL
200 militantes decidem ingressar num partido. Uma corrente denominada Movimento Revolucionário dos Trabalhadores, MRT. Possuem inserção em fábricas, correios, bancários e estruturas sindicais de servidores públicos, como o Sintusp. Presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais. Recentemente, lançaram o portal Esquerda Diário no Brasil. Trotskistas, surgiram por decisão do Congresso da Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional, a LER-QI. Seção brasileira desta corrente internacional que tem na Argentina seu pólo mais estruturado no nosso continente. Até aí, normal. Decidiram, então, ingressar no PSOL. E, como a esquerda dá voltas que nem sempre um cidadão comum entende, receberam como resposta que somente depois do congresso do partido, que ocorrerá no final deste ano, decidirão se esses 200 militantes podem passar do batente da porta. Tem uma outra história, não oficial. Duas correntes internas do PSOL bateram pé para eles não entrarem. De fato, 200 militantes devem incomodar mais que vários elefantes.

domingo, 26 de julho de 2015

O FRACASSO DO CAPITALISMO VERDE

NOTA DO BLOG: Matéria em consonância com nossa crítica a muitas práticas tidas como corretas pelo movimento ecologista.

Nos Estados Unidos, novo livro revela o fracasso do capitalismo verde
Nos Estados Unidos, novo livro revela o fracasso do capitalismo verde
POR MILLY LACOMBE
24/07/15  15:36
O historiador econômico Richard Smith termina seu mais recente livro (“Green Capitalism: The God That Failed”, ou “Capitalismo Verde: o Deus que Fracassou”) deixando no ar uma sentença: ou nos livramos do capitalismo, ou o capitalismo se livra de todos nós. E em pouco tempo.
O pranto de Smith, ainda mais contundente do que o de Naomi Klein em seu excelente “This Changes Everything”, ou “Isso Muda Tudo”, tenta mostrar que nem o chamado “capitalismo verde”, aquele que busca praticas ecológicas corretas e sustentáveis mas não abre mão do sistema, vai nos salvar.
Os primeiros dois terços do livro são dedicados a construir e elaborar o apelo final, e Smith mostra exatamente como estamos caminhando para o abismo.
Em sua obra, Klein já havia explicado para leigos como eu que o previsto aquecimento da temperatura global entre 4 e 6 graus em relação a períodos pré-industriais pode ser fatal; e mostrado como, se continuarmos a emitir CO2 nesse ritmo, chegaremos lá em 2100. Um aumento de até 2 graus já poderia custar a vida na Terra, essa é a visão dos cientistas mais pessimistas. E agora Smith dá a cartada final: hora de parar de dançar ao redor do tema porque o capitalismo, de qualquer cor, nos matará.
Ele sugere alternativas que passam, evidentemente, pelo fim do consumismo e do materialismo – o que mais se parece com uma revolução espiritual, como, antes dele, Noam Chomsky já havia previsto que seria nossa única chance -, mas diz não saber se teremos condições de fazer essa transição antes de tudo se acabar.
Talvez não consigamos, ele diz, “mas pelo mundo todo, em milhares de lugares, pessoas estão se organizando e lutando contra o poder corporativo, contra a apropriação de terras, contra extrações extremas, contra a incessante “commodytificação” de nossas vidas (…) Todas essas lutas têm um objetivo comum: democracia pura, poder popular. Reside aí nossa melhor chance”.
David Suzuki, da Universidade de British Columbia, no Canadá, argumenta que o livro de Smith mostra claramente o absurdo de um sistema que acredita em crescimento infinito dentro de um mundo de recursos finitos. “Todos os que se preocupam com o futuro de nossos filhos devem ler o livro de Smith porque assim podemos começar o urgente desafio de nos mover para um caminho diferente”, ele pede.
Trata-se de leitura difícil mas ao mesmo tempo edificante porque, como solução, aponta para um cenário de união e de comunidade.
Smith é apenas mais um a se juntar a um grupo de nobres, como Klein e Chomsky, que, todos os dias, tenta chamar nossa atenção para o que parece ser a única verdade: a de que o aquecimento global é a maior ameaça que a humanidade já enfrentou até hoje, e estamos agora contra o relógio.

Os dois livros, o de Klein e o de Smith, podem ser encontrados em versão e-book, mas por enquanto ainda apenas em inglês.