QUARTA-FEIRA, 11 DE MAIO DE 2011
Virada de Marília é considerada histórica no PT
O ex-sindicalista e ex-presidente da CUT Minas, Paulo Cesar Funghi viu suas chances de ser prefeito de Contagem irem por água abaixo depois de seis anos de estratégias.
Elleiano Luz
politicadasgerais@gmail.com
Matéria do jornal O TEMPO de hoje http://migre.me/4vJ2u nos leva a reflexões sobre o comportamento dos políticos no Brasil, tenham cores ideológicas ou não. Aliás, diferença ideológica sempre o motivo para a prefeita Marília Campos “rejeitar” o deputado estadual Durval Ângelo. Desde os tempos do Sindicato dos Bancários quem conviveu com ela que ela “não bate” com Durval. Melho “não batia”.
Pergunta-se: porque mudou? O que a levou, agora, a se antecipar a tudo e a todos e declarar apoio a Durval Ângelo? O que leva um político a mudar de opinião? Pressão interna? Externa? Grana? Com diria um personagem de novela “mistéééério”.
Na dança das cadeiras o mais prejudicado foi o secretário de governo de Contagem, Paulo Cesar Funghi. Estimulado por Marília, Funghi arquitetou por seis anos a sua candidatura a prefeito em 2012. Ele tem o apoio de vereadores que lhes devem suas eleições e reeleições. O ex-presidente da CUT-Minas foi um aglutinador de interesses e pessoas. Para quem não sabe a expressiva votação da família Prado em Contagem foi estratégia sua.
Ele se submeteu, inclusive, a avaliações de resultados da eleição de 2010. Amarildo de Oliveira, ex-presidente do Ceasa era o seu principal “concorrente” nas hostes do Palácio Primeiro Janeiro. Se ele fosse bem votado, ou eleito, seria o escolhido. Que nada. Marília, após breve reunião com Durval há cerca de três meses, atropelou tudo apesar da palavra empenhada.
FAMÍLIA PRADO
A virada foi global. Demissões na prefeitura de Contagem visaram desestruturar o que Funghi havia feito. Ao mesmo tempo Durval Ângelo faz novas indicações aos cargos. Uma reunião na Assembléia Legislativa entre Marília e a deputada estadual Liza Prado foi o estopim. A petista pediu aos Prado que apoiassem sua decisão, afinal Welinton Prado obteve mais de 25 mil votos na cidade a deputado federal, o mesmo que Newton Cardoso, prefeito lá por três vezes.
A rispidez da reunião levou Marília a demitir os pradinhos indicados a cargo no Executivo de Contagem e a deputada do PSB a promover denúncias na Alemg. O pedido de Marília foi considerado “traição” àquele que agüentou o rojão nos momentos difíceis, principalmente na eleição de 2008 quando pesquisas de consumo davam como certa a vitória de Ademir se Aécio fosse às ruas.
O páreo eleitoral em Contagem é sempre duro. Cidade com o maior índice percentual de utilização do SUS em Minas, o que mede o nível sócio-econômico de sua população, Contagem é formada por migrantes em busca de melhores condições de vida. Não há uma identidade cultural única. Daí a concorrência política ser bruta, sofrida e difícil.
FUNGHI
O secretário de governo de Marília quase se demitiu quando foi confirmado, nos bastidores, o apoio de Marília a Durval Ângelo. O seu próprio pessoal o conteve. Ele não fala sobre o assunto e ninguém sabe qual será o seu comportamento durante o processo eleitoral do ano que vem.
O que Funghi sabe é que pode contar com a solidariedade de pessoas e movimentos sociais fiéis à sua diretriz. As manifestações de apoio e recados a Marília foram dados, haja vista os protestos na BR 040 no início do ano.
É, assim como no passado “mistéééérios” já emergiram de Contagem (Newton Cardoso foi o único prefeito do PMDB do país a conseguir recursos do Gov. Fed. nos tempos da ditadura), podemos esperar que a política contagense nos reserve surpresas. Fiquemos de olho no acordo PT, PSDB e PSB em BH. Quem sabe, de novo, ele não passe por Contagem.
Ademir Lucas já colocou as barbas de molho...
Mistérioooos!!!! Nem tanto! Quem tem uma inteligência mediana consegue perceber que nesse caso o poder subiu de vez à cabeça e aí o caráter cedeu lugar....Lamentável!!!!
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