sábado, 22 de maio de 2010

NEGOCIAÇÃO IGNORADA PELA MÍDIA

Apesar da mídia governista esconder os avanços da greve, segundo o blog do companheiro Euler Conrado, houve uma negociação ontem e haverá outra segunda-feira. Isto é o que foi dito hoje no comando de greve. Leia mais no blog do Euler:

sexta-feira, 21 de maio de 2010

OUÇA O GOVERNO: BLÁ, BLÁ, BLÁ

Acabo de ler agora a entrevista da Beatriz cerqueira, diretora geral do Sint-UTE, e na mesma reportagem, um vídeo da secretária de Educação tentando explicar, mas mais complicando que explicando, o por que do governo não ter cumprido o acordo. Segundo ela a culpa é da crise mundial. Mas será que a crise mundial só aconteceu em Minas Gerais, ou o governo Aécio foi incompetente pra lidar com a crise? Mutum que teve o Fundo de Participação reduzido devido a crise conseguiu dar um aumento significativo para os professores, e por que Minas Gerais não?

O argumento de que o sindicato quer baixo salário para poder fazer greve é totalmente fraco. Há quanto não se faz uma greve nesse estado. Nós, educadores, não estaríamos sempre com o sindicato para ser apenas massa de manobra. A verdade é que não somos massa de manobra do governo.

Leia a reportagem e assista o vídeo:

MAIS UM TIRO DOS JAGUNÇOS DO TJMG

Ontem foi um tiro sobre as contas do sindicato, hoje o tiro é sobre as demissões. Vou radicalizar, enquanto o sindicato determinar que a greve continue, vou continuar. Que os jagunços continuem a atirar que eu vou continuar resistinto. Final de abril foi uma chuva de ofícios, agora é uma chuva de
de liminares. Veja a reportagem do UAI.

O JOGO DAS SETE MUDANÇAS

Você certamente já jogou aquele jogo dos sete erros, aquele em que a gente fica olhando e comparando cada linha de dois desenhos para ver se encontra os sete erros. Assim são as duas propostas do governo apresentadas para o sind-UTE, é preciso comparar cada linha dos dois textos para encontrar quais as mudanças significativas. Não muita coisa, se bem que em acordos uma palavras faz a diferença. Por exemplo, na primeira proposta estava 60 dias, o que era uma armadilha, pois daqui a 60 dias a Assembleia Legislativa não poderá votar nenhum aumento. E trinta dá pra votar.

Arrisque se no JOGO DAS SETE MUDANÇAS e comente, se no blog estiver dificuldade como muitos já mencionaram, envie para mendesclaudioantonio@gmail.com ou no meu orkut.

Abaixo você vai ver a comparação das propostas do sindicato feito na segunda-feira (17.05.10) e a primeira do governo. De fato não dava pra aceitar.

GOVERNO MUDA MUITO POUCO SUA PROPOSTA

PRIMEIRA PROPOSTA DO GOVERNO

SEGUNDA PROPOSTA DO GOVERNO

CLÁUSULA PRIMEIRA – DA PREMISSA

O fim da greve dos servidores públicos da educação de Minas Gerais é condição essencial para a assinatura do presente

Acordo de Obrigações.

CLÁUSULA PRIMEIRA – DA PREMISSA

O fim da greve dos servidores públicos da educação de Minas Gerais é condição essencial para a assinatura do presente

Acordo de Obrigações.

CLÁUSULA SEGUNDA – FORMAÇÃO DE COMISSÃO PARA ESTUDO DA

REIVINDICAÇÃO SALARIAL

2.1. O objetivo desta Comissão é a realização de estudo para viabilizar a modificação dos vencimentos básicos e alteração do padrão remuneratório da carreira da educação, através da incorporação de vantagens dos servidores públicos da educação de Minas Gerais.

CLÁUSULA SEGUNDA – FORMAÇÃO DECOMISSÃO PARA ESTUDO DAREIVINDICAÇÃO SALARIAL

2.1. O objetivo desta Comissão é a realização de estudo para viabilizar a modificação dos vencimentos básicos e alteração do padrão remuneratório da carreira da educação, através da incorporação de vantagens dos servidores públicos da educação de Minas Gerais.

2.2. Será instituída através de Resolução conjunta da Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão, imediatamente após a suspensão da greve da categoria.

2.2. Será instituída através de Resolução conjunta da Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão, imediatamente após a suspensão da greve da categoria.

2.3. A comissão terá 60 dias para realizar seu trabalho com a formulação de estudo, conclusão e proposta. Será assegurada

a participação de representantes do Sind-UTE MG nessa comissão.

2.3. A comissão terá 30 dias para realizar seu trabalho com a formulação de estudo, conclusão e proposta. Será assegurada

a participação de representantes do Sind-UTE MG nessa comissão.

2.4. O resultado do trabalho da Comissão será apresentado através projeto de lei que será protocolado na Assembléia Legislativa em até 10 dias após o término dos trabalhos da comissão.

2.4. O resultado do trabalho da Comissão será apresentado através projeto de lei que será protocolado na Assembléia Legislativa em até 10 dias após o término dos trabalhos da comissão.

CLÁUSULA TERCEIRA – QUESTÕES FUNCIONAISDOS SERVIDORES EM GREVE

3.1. Os dias de paralisação serão pagos à medida em que forem sendo compensados pelo cumprimento de novo calendário

escolar

CLÁUSULA TERCEIRA – QUESTÕES FUNCIONAIS

DOS SERVIDORES EM GREVE

3.1. Os dias de paralisação serão pagos à medida em que forem sendo compensados pelo cumprimento de novo calendário

escolar

a ser definido pelas escolas e aprovado pela S.R.E.

a ser definido pelas escolas e aprovado pela S.R.E.

3.2. O período de paralisação por motivo de greve não acarretará quaisquer conceitos negativos na avaliação de desempenho do servidor; não será computado para o percentual e infrequência que ocasione exoneração do servidor em estágio probatório; não representará dispensa de

servidores designados e efetivados; não configurará abandono de cargo, desídia ou infração disciplinar/funcional do

servidor, nem instauração de processo administrativo; não representará a perda do direito às férias-prêmio; não acarretará

prejuízo para fins de contagem de tempo de serviço para aposentadoria e para a aquisição de férias regulamentares e, não ensejará a aplicação de qualquer tipo de penalidade aos servidores da educação.

3.2. O período de paralisação por motivo de greve não acarretará quaisquer conceitos negativos na avaliação de desempenho do servidor; não será computado para o percentual de infrequência que ocasione exoneração do servidor em estágio probatório; não representará dispensa de servidores designados e efetivados; não configurará abandono de cargo, desídia ou infração disciplinar/funcional do servidor, nem instauração de processo administrativo; não representará a perda do direito às férias-prêmio; não acarretará prejuízo para fins de contagem de tempo de serviço para aposentadoria e para a aquisição de férias regulamentares e, não ensejará a aplicação de qualquer tipo de penalidade aos servidores da educação.

CLÁUSULA QUARTA –REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO

4.1 A publicação dos editais para realização de concursos públicos para provimento de cargos da SEE ocorrerá até o final do mês de julho de 2010.

CLÁUSULA QUARTA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO

4.1 A publicação dos editais para realização de concursos públicos para provimento de cargos da SEE ocorrerá até o final do mês de julho de 2010.

CLÁUSULA QUINTA – ELEIÇÃO PARA DIREÇÃODE ESCOLA

5.1. A certificação dos diretores de Escola ocorrerá em 2010 e a realização de consulta à comunidade para indicaçãode candidatos até o final de 2011.

CLÁUSULA QUINTA – ELEIÇÃO PARA DIREÇÃODE ESCOLA

5.1. A certificação dos diretores de Escola ocorrerá em 2010 e a realização de consulta à comunidade para indicaçãode candidatos até o final de 2011.

CLÁUSULA SEXTA – AÇÃO JUDICIAL

6.1. Ressalvados os efeitos jurídicos já produzidos, a Advocacia Geral do Estado, juntamente com o Sindicato Único

dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, pleiteara que a AÇÃO DECLARATÓRIA DE ILEGALIDADE DA GREVE DA EDUCAÇÃO seja julgada prejudicada em decorrência do fim da Greve promovida pela categoria.

CLÁUSULA SEXTA – AÇÃO JUDICIAL

6.1. Ressalvados os efeitos jurídicos já produzidos, a Advocacia Geral do Estado, juntamente com o Sindicato Único

dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, pleitearaque a AÇÃO DECLARATÓRIA DE ILEGALIDADE DA GREVE DA EDUCAÇÃO seja julgada prejudicada em decorrência do fim da Greve promovida pela categoria.

CLÁUSULA SÉTIMA - DEMAIS PONTOS DA PAUTA

DE REIVINDICAÇÕES 2010

7.1. Os demais pontos da pauta de reivindicações serão discutidos entre o Governo Estadual e o Sind-UTE MG até

30 de junho de 2010. E, por se acharem assim acordadas, assinam as partes o

presente instrumento em duas vias do mesmo teor.

Belo Horizonte, 2010.

CLÁUSULA SÉTIMA - DEMAIS PONTOS DA PAUTA

DE REIVINDICAÇÕES 2010

7.1. Os demais pontos da pauta de reivindicações serão discutidos entre o Governo Estadual e o Sind-UTE MG até

30 de junho de 2010. E, por se acharem assim acordadas, assinam as partes o

presente instrumento em duas vias do mesmo teor.

Belo Horizonte, 2010.

COMPARE AS PROPOSTAS

PROPOSTA DO SINDICATO

PRIMEIRA PROPOSTA DO GOVERNO, ENTREGUE UMA HORA ANTES DA ASSEMBLEIA DIA 18.

2

CLÁUSULA PRIMEIRA – DA PREMISSA

O fim da greve dos servidores públicos da educação de Minas Gerais é condição essencial para a assinatura do presente

Acordo de Obrigações.

CLÁUSULA PRIMEIRA – FORMAÇÃO DE COMISSÃO PARA ESTUDO DA REIVINDICAÇÃO SALARIAL

1.1. O objetivo desta comissão é a realização de estudo para viabilizar a modificação dos vencimentos básicos e alteração do padrão remuneratório da carreira da educação, através da incorporação de vantagens, transitórias ou permanentes, de todos os servidores públicos da educação de Minas Gerais de modo a alcançar o Piso Salarial Profissional Nacional.

CLÁUSULA SEGUNDA – FORMAÇÃO DE COMISSÃO PARA ESTUDO DA

REIVINDICAÇÃO SALARIAL

2.1. O objetivo desta Comissão é a realização de estudo para viabilizar a modificação dos vencimentos básicos e alteração do padrão remuneratório da carreira da educação, através da incorporação de vantagens dos servidores públicos da educação de Minas Gerais.

1.2. Será instituída através de Resolução conjunta da Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, imediatamente após a suspensão da greve da categoria.

2.2. Será instituída através de Resolução conjunta da Secretaria de Estado da Educação e Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão, imediatamente após a suspensão da greve da categoria.

1.3. A comissão terá 20 dias para realizar seu trabalho com a formulação de estudo, conclusão e proposta. Será composta com representação paritária entre o Governo

Estadual e o Sind-UTE/MG.

2.3. A comissão terá 60 dias para realizar seu trabalho com a formulação de estudo, conclusão e proposta. Será assegurada

a participação de representantes do Sind-UTE MG nessa comissão.

1.4. O resultado do trabalho da Comissão será apresentado através projeto de lei que será protocolado na Assembléia Legislativa em até 10 dias após o término dos trabalhos da comissão.

2.4. O resultado do trabalho da Comissão será apresentado através projeto de lei que será protocolado na Assembléia Legislativa em até 10 dias após o término dos trabalhos da comissão.

CLÁUSULA SEGUNDA –QUESTÕES FUNCIONAIS

DOS SERVIDORES EM GREVE

2.1. O pagamento dos salários dos servidores em greve está mantido, sem a realização de quaisquer cortes/descontos por motivo da greve.

CLÁUSULA TERCEIRA – QUESTÕES FUNCIONAISDOS SERVIDORES EM GREVE

3.1. Os dias de paralisação serão pagos à medida em que forem sendo compensados pelo cumprimento de novo calendário

escolar

2.2. Caso a freqüência já tenha sido lançada com corte de salário, o Governo de Estado providenciará folha complementar com pagamento até o dia 07 de junho.

2.3. O coletivo de servidores da educação de cada escola estadual ou Superintendência Regional de Ensino que tenha participado da greve organizará um calendáriode reposição dos dias de

paralisação conjuntamente com o colegiado escolar.

a ser definido pelas escolas e aprovado pela S.R.E.

2.4. O período de paralisação por motivo de greve está anistiado pelo Estado de

Minas Gerais e não acarretará quaisquer conceitos negativos na avaliação de desempenho do servidor; não será computado para o percentual de infrequência que ocasione exoneração do

servidor em estágio probatório; não representará dispensa de servidores designados e efetivados; não configurará

abandono de cargo, desídia ou infração disciplinar/funcional do servidor, nem instauração de processo administrativo; não representará a perda do direito às férias-prêmio; não acarretará prejuízo para fins de contagem de tempo de serviço para aposentadoria e para

a aquisição de férias regulamentares e, não ensejará a aplicação de qualquer tipo de penalidade ou prejuízos aos

servidores da educação.

3.2. O período de paralisação por motivo de greve não acarretará quaisquer conceitos negativos na avaliação de desempenho do servidor; não será computado para o percentual e infrequência que ocasione exoneração do servidor em estágio probatório; não representará dispensa de

servidores designados e efetivados; não configurará abandono de cargo, desídia ou infração disciplinar/funcional do

servidor, nem instauração de processo administrativo; não representará a perda do direito às férias-prêmio; não acarretará

prejuízo para fins de contagem de tempo de serviço para aposentadoria e para a aquisição de férias regulamentares e, não ensejará a aplicação de qualquer tipo de penalidade aos servidores da educação.

CLÁUSULA TERCEIRA -REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO

3.1 A publicação dos editais para realização de concursos públicos para provimento de cargos da SEE ocorrerá até o final do mês de junho de 2010.

CLÁUSULA QUARTA –REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO

4.1 A publicação dos editais para realização de concursos públicos para provimento de cargos da SEE ocorrerá até o final do mês de julho de 2010.

CLÁUSULA QUARTA – ELEIÇÃO PARA DIREÇÃO DE ESCOLA

4.1. A certificação dos diretores de Escola bem como a realização de consulta à comunidade para indicação de candidatos ocorrerá até o final de 2010.

CLÁUSULA QUINTA – ELEIÇÃO PARA DIREÇÃODE ESCOLA

5.1. A certificação dos diretores de Escola ocorrerá em 2010 e a realização de consulta à comunidade para indicaçãode candidatos até o final de 2011.

CLÁUSULA QUINTA – DA DESISTÊNCIA DA AÇÃO JUDICIAL

5.1. O Estado de Minas Gerais desiste da AÇÃO DECLARATÓRIA DE ILEGALIDADE DA GREVE DA

EDUCAÇÃO, processo nº. 1.0000.10.021538-3/000, em trâmite pela 7ª Câmara Cível do TJMG, bem como de todos os seus consectários, tais como da multa cominatória e penalidades de advindas, formulando nos autos pedido de desistência no prazo de 24 horas da suspensão da greve.

CLÁUSULA SEXTA – AÇÃO JUDICIAL

6.1. Ressalvados os efeitos jurídicos já produzidos, a Advocacia Geral do Estado, juntamente com o Sindicato Único

dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, pleiteara que a AÇÃO DECLARATÓRIA DE ILEGALIDADE DA GREVE DA EDUCAÇÃO seja julgada prejudicada em decorrência do fim da Greve promovida pela categoria.

CLÁUSULA SEXTA - DEMAIS PONTOS DA

PAUTA DE REIVINDICAÇÕES 2010

5.1. Os demais pontos da pauta de reivindicações serão discutidos entre o Governo Estadual e o Sind-UTE MG

até 30 de junho de 2010.

Belo Horizonte, 2010.

CLÁUSULA SÉTIMA - DEMAIS PONTOS DA PAUTA

DE REIVINDICAÇÕES 2010

7.1. Os demais pontos da pauta de reivindicações serão discutidos entre o Governo Estadual e o Sind-UTE MG até

30 de junho de 2010. E, por se acharem assim acordadas, assinam as partes o

presente instrumento em duas vias do mesmo teor.

Belo Horizonte, 2010.

ASSEMBLEIA DO SIND-UTE 25/05

VAMOS PRA ASSEMBEIA DECIDIR OS RUMOS DO MOVIMENTO, VAMOS PRA ASSEMBLEIA DECIDIR NOSSAS ESTRATEGIAS, VAMOS PRA ASSEMBLEIA SER MAIS UMA ABELHA NA COLMEIA E PRODUZIR O DOCE MEL DA DIGNIDADE.

DEPOIS NÃO, PISO AGORA.

Depois não. O governo vem arrastando o aumento. Desconfio que ele está fazendo dinheiro para seus caixas dois, três, quatro, cinco, mil... esse é o psdb do brasil.

O companheiro Euler faz a cronologia do não-aumento dos professores em seu blog. leia

A mesma ladainha de sempre...

Segundo fala do governo, vão trabalhar com os diretores de escola para esclarecer os professores suas propostas. Esses mesmos diretores que também são professores, que também estão se vendo apertado com tanto trabalho que aumenta sobre suas responsabilidades, esses mesmos diretores que se voltarem para sala de aula ganharão o mesmo que professores a não sei que virá um penduricalho a mais especial para pagarem por esse servicinho que irão fazer. Gosto muito de diretores que são humanos, compreensivos, como a maioria aqui de Mutum. Mas infelizmente haverá aquela minoria razinza, tal nazista quanto o anastazista. São aqueles que perderam seus cargos na proxima consulta a comunidade, se ela de fato acontecer.

Sei que a greve está num momento crucial, a resistência é importante. Para aqueles em que a confiança está acima do medo, a resistência será sempre lembrada pelos companheiros e companheiras de batalha. Para aqueles em que o medo está acima da confiança, seja no sindicato, nos colegas dos comandos ou mesmo no próprio governo, estão voltando pras escolas.

Não diria que aqueles que estão voltando, são covardes. Diria que estão se protegendo. Realmente, nesses dias não se pode confiar na imprensa e nem nas falas do governo.

A verdade é que apesar de vivermos num país democrático, os governos neoliberais como o de Anastasia agem como ditadores. Tratoram feito colhedeiras no campo. Seremos fortes, resistentes, e venceremos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

GOVERNO TENTA IGNORAR SINDICATO

A negociação sobre a possibilidade de demissão foi pauta na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na última terça-feira. Segundo o deputado Padre João (PT), a oposição fez um acordo com o governo para que não haja demissão pelo menos até o dia 25, quando haverá nova assembleia para decidir os rumos da greve.

leia mais em:

UAI AGORA FAZ MAIS COBERTURAS

O portal UAI, que é ligado à TV alterosa e ao Estado de Minas, passa a publicar qualquer manifestação. Manifestações em frente as superintendências já estavam previstas para protestar contra os riscos de demissões. Agoa que dá ibope, vão atrás das manifestações dos professores.

A OPINIÃO DO COMPANHEIRO EULER CONRADO

Transcrevo abaixo, na íntegra, a opinião de Euler Conrado, que tem servido de informação para muitos companheiros e companheiras grevista aqui no interior. Agradecendo ao companheiro pelo relevante trabalho.
QUARTA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 2010
Por que as negociações com o governo emperraram?

Antes da Assembléia do dai 18, na escadaria da Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, a companheira Divina carregava a imagem de Nossa Senhora de Fátima. A passeata em BH terminou na Igreja São José. Nem com a ajuda de todos os santos o governo Aécio-Anastasia tem se sensibilizado com a realidade dos educadores. (Foto de Janaina)

Quem viu, ouviu ou leu o noticiário do dia 19, após o governo e a imprensa terem descoberto que a greve dos educadores não acabou, deve ter pensado que o Governo de Minas queria negociar e atender as reivindicações dos trabalhadores em greve. E que a direção sindical não encaminhou os termos das negociações para as bases. E que o governo, mesmo tendo atendido o que o sindicato exigiu, foi pego de surpresa com a manutenção da greve. E que as bases dos trabalhadores estão sendo enganadas. É este o relato que se retira da fala do Governo de Minas. Mas, será que as coisas são assim mesmo? Vamos analisar os fatos.

No dia 12 de maio, Governo e Sind-UTE reuniram-se na Assembléia Legislativa. Da reunião teria saído um acordo com três pontos: a não demissão dos grevistas, o não corte do ponto dos dias parados e a formação de uma comissão entre governo e sindicato para "revisar" as carreiras. A direção sindical teria que enviar uma proposta formalizando os termos deste acordo e o governo devolveria por escrito dizendo que aceitava cada um dos pontos.

Mas, no dia seguinte após a reunião mencionada, o site da SEE-MG divulgou comunicado dizendo que o pagamento do corte dos dias ocorreria na medida em que as aulas fossem repostas. Já era uma mudança em relação ao acordo feito. Segundo a própria secretária Renata Vilhena, uma folha extra seria gerada para pagar os dias cortados, mediante apresentação de um calendário de reposição.

É preciso aqui que se diga, de modo construtivo: tomada pela pressão em relação aos riscos e rumores de demissão, a direção sindical precipitou-se em aceitar a formação de uma comissão para estudar a incorporação de gratificações, sem que estivessem estabelecidos os critérios essenciais prévios para tal negociação. Além disso, errou também quando não divulgou imediatamente, para toda a base, os termos da negociação, como fez agora, após a assembléia do dia 18.

Mas, de qualquer forma, a direção sindical comunicou os detalhes da mencionada reunião com o governo para o Comando de Greve no dia 14, em reunião extraoridinária, e em seguida encaminhou para o governo uma proposta contendo: a) a não demissão dos educadores em greve, b) o pagamento dos dias parados em folha extra, e c) a formação de uma comissão paritária governo/representantes dos trabalhadores. Esta comissão teria 20 dias para apresentar resultados da incorporação das gratificações e mais 10 dias para enviar um projeto de lei para a ALMG. O fim da greve era parte dos termos enviados pelo sindicato.

Os termos de uma negociação para enrolar

Neste ponto, é preciso que se diga, a direção sindical extrapolou do seu papel, pois não poderia enviar um documento ao governo propondo o fim da greve com termos que não haviam sido apreciados pela categoria - ainda que a intenção da direção sindical fosse a melhor, voltada para aproximar a conquista do piso salarial profissional. Se o governo tivesse aceitado todos os termos propostos, nesta hora a direção sindical estaria de saia justa para continuar negociando com o governo.

Mas, o governo não aceitou sequer os termos que, segundo a direção sindical, haviam sido discutidos na reunião do dia 12. Na primeira proposta que enviou ao sindicato, formalizando seu compromisso por escrito, o governo previa o pagamento do corte apenas na medida em que as aulas fossem repostas; mantinha a não demissão; mas, sobre a comissão de negociação, o governo defendeu que ela tivesse alguns representantes dos trabalhadores - e não paritária (meio a meio) como defendia o sindicato. Além disso, a comissão teria 60 dias para produzir resultados e mais 10 para encaminhá-los à ALMG, data que seguramente já teria ultrapassado qualquer possibilidade de revisão salarial para este ano.

Diante da recusa deste documento do governo pela Assembléia dos educadores - documento este que o sindicato recebeu às 13 horas do dia 18, portanto, uma hora antes da assembléia -, o governo enviou um segundo documento. Na verdade, com poucas alterações. Mantinha a não demissão dos servidores em greve. Quanto ao pagamento dos dias parados, houve uma pequena melhora: ocorreria em folha suplementar assim que as escolas enviassem os calendários de reposição das aulas e estes fossem aprovadas pela SRE. No tocante à comissão de negociação, o prazo foi encolhido para 30 dias, mais 10 dias para enviar um projeto de lei à ALMG. Se esta comissão tivesse início, por exemplo, no dia 20 de maio (o que era pouco provável) ela produziria resultados no dia 20 de junho e o projeto chegaria à ALMG até o dia 30 de junho, data-limite para qualquer alteração do piso salarial. Além disso, o governo manteve a não-paridade na formação da comissão.

De qualquer forma, ainda que o governo tivesse atendido todas os termos propostos pela direção sindical, como havia condicionado o retorno ao trabalho para a eficácia das propostas, muito provavelmente ele seria surpreendido pela força da assembléia do dia 18, que mandou um recado claro: sem proposta concreta de aumento de salário, não há como recuar.

Premissas para a negociação

O governo já teve tempo de sobra, tanto nos sete anos e meio de governo Aécio-Anastasia, quanto nos 40 dias de greve, para elaborar propostas de alteração na chamada engenharia das carreiras e apresentar estas alterações para apreciação dos trabalhadores. Querer agora que seja feito em 20 ou 30 dias o que ele não fez neste tempo todo cheira a enrolação, a querer ganhar tempo para inviabilizar qualquer aumento salarial ainda este ano.

Por outro lado, a direção sindical não pode cair neste jogo. Dos três pontos que temos falado insistentemente neste blog, dois são de fácil solução por parte do governo: a não demissão dos grevistas e o pagamento antecipado da reposião mediante apresentação de um calendário de reposição. O terceiro ponto, que é a questão salarial, não pode fugir de maneira alguma da lógica defendida pela categoria do piso profissional. Neste caso, o piso como salário base considerando os critérios da jornada de 24 horas para o professor com ensino médio, servindo de referência para as demais tabelas salariais.

A categoria, acredito eu, estaria até disposta a discutir valores deste piso, entre aquele valor ideal e que consideramos o mais apropriado - R$ 1.312,00 - e um outro valor aproximado, desde que mantida a lógica da mudança da tabela do piso salarial. Assim, suponhamos que o governo adote o compromisso de pagar agora o piso de R$ 1.312,00 para 40 horas, aplicando-se a proporcionalidade para a jornada de 24 horas. Teríamos, assim, a seguinte tabela de piso básico: R$ 787,20 (PEB1), R$ 960,38 (PEB2), R$ 1.171,66 (PEB3) e R$ 1.429,43 (PEB4), etc. Sobre este valor incidiriam as gratificações como biênios, quinquenios, pó-de-giz, etc.

Pra uma proposta assim não precisa formar comissão de negociação: basta fazer os cálculos do impacto e propor para aprovação em assembléia. Querer incorporar gratificações sem explicar o que isso representa é uma forma de ganhar tempo e enrolar a categoria.

Imagine-se que, se incorporarem o VTI e o PCRM ao piso básico dos professores PEB3 que têm até seis anos de casa e que portanto não possuem biênios e quinquênios. O piso básico saltaria de R$ 550,00 para R$ 825,00. Somando-se o pó-de-giz, o salário final subiria de R$ 935,00 para R$ 990,OO Com os descontos de 11% da previdência, o valor líquido subiria de R$ 832,15 para R$ 881,10. Ou seja, um aumento de apenas R$ 49,00 no bolso do professor que ficou 40 dias de greve.

No caso de quem é mais antigo e não tem mais VTI ou PCRM, estaria em jogo a incorporação de biênios e quinquênios. E daí? Vai incorporar e retirar essas conquistas? De que adiantaria isso? Sem falar que a diferenciação dos pisos pelas distintas realidades individuais praticamente anularia uma aplicação coerente do plano de carreira.

Portanto, chega de tergiversar sobre uma matéria de simples entendimento. O que se pretende é a mudança de tabela salarial, aumentando o nosso piso básico em todos os níveis, de acordo com o nosso plano de carreira. Qualquer outra revisão de carreira que fuja deste escopo cheira a enrolação, tentativa de ganhar tempo para não pagar nada agora e jogar qualquer alteração salarial para 2011 e olhe lá. Isso, os educadores já demonstraram desde o dia 08 de abril de 2010 que não vão aceitar.

E se o governo bater o martelo e disser que não vai ceder? Aí, está na hora de pensarmos estratégias que façam o governo mudar de idéia. Por exemplo, grandes mobilizações populares, combinadas com o cerco permanente aos candidatos Aécio, Anastasia e sua base parlamentar de apoio. Isso com a greve mantida, com as escolas paradas, com os pais de alunos cobrando do governo (e não dos professores) um desfecho para a nossa luta. Pode chegar o momento em que ou governo negocia os nossos termos. Ou cai.

MINAS GERAIS É GRANDE, O SIND É ÚNICO E O GOVERNO PENSA PEQUENO

Continuando o raciocínio de que se hoje não estamos na sala de aula é culpa do governo que atropelou o processo de negociação, por desconhecimento da dinâmica da organização dos trabalhadores ou por picardia, o que aposto na última opção.

A questão é que o governo pensa que a diretora geral do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, conduz com mão de ferro o sindicato como ele conduz com mão de cobre (do dinheiro com que compra cabo eleitorais) o estado de Minas Gerais. O sindicato agiu corretamente, ainda que tenhamos que passar por mais uma semana de pressão do governo, com sua falácia.

Que leu o que escrevi em GREVE É UM JOGO DE ESTRATÉGIAS, sabe que entendo que o medo é um sentimento presente na GREVE, uma presença incomoda, inoportuna, mas o medo aflora. O que vence o medo nesse caso, é a Esperança e, sobretudo, a confiança naquelas e naqueles que conduzem o processo.

O oponente na greve também pensa e joga. E o governo joga com todas as suas armas. Apela para salvar sua pele e sobretudo a pele de seus correligionários políticos. Esses sim tem alguma coisa a perder. Sobretudo aqueles que votaram contra o nosso aumento estão sendo cobrados em suas bases. Afinal, ouso a afirmar que dos 77 deputados da Assembleia Legislativa, não há um sequer que não tenha tido um voto, ao menos, de um educador desse Estado.

Lembro me de uma greve da política em que enquanto não faleceu alguém, o impasse não foi resolvido. Acredito aqui que ele vai precisar demitir alguém. Pena que seja alguém designado ou em estágio probatório. O que o governo quer é fazer aflorar mais medo.

Sinceramente, penso que os fatos dessa última semana são característicos do começo do fim da greve em que ainda não tem nem vencedores e nem vencidos. E eu não gostaria nem de vencer e nem de ser vencido. Gostaria de convencer ao governo e sobretudo a opinião pública de que é intolerável os salários dos educadores praticados pelo estado. Ou ser convencido do contrário.

O que o governo precisa, nem que seja a título de contribuição para que a greve acabe é dar tempo ao sindicato para fazer o que precisa ser feito. O final da Assembleia do Sind-Ute não está sendo levado em consideração. A proposta feita pelo governo, somente após a votação pela continuidade da greve, tem que ser estudada por um sindicato que é único da nossa categoria, em um estado grande com várias subsedes. Se o governo não entender isso, pelo amor de Deus.

A ENTREVISTA QUE AVACALHA

Dou esse título à entrevista da Vanessa Guimarães e da Renata Vilhena, cujo link está abaixo, e agora a tenho por escrita no blog do Benny Cohen por que ela avacalha todo o processo que o sindicato se propôs a sentar essa semana, entendo que a greve poderá vir a acabar semana que vem. No entanto o governo levou o sindicato a tomar a decisão que tomou. Se ele, governo, estivesse com propósito de negociar, teria negociado suas mudanças na mesa de negociação e não enviado uma proposta aquém para o sindicato. Eles ajudariam ao sindicato a conduzir o processo de retorno as aulas e depois ponderariam na mesa de negociação. O governo atingiu o objeto. O governo não tem vontade de negociar. O que ele quer é desmoralizar o único patrimônio que ainda resta aos educadores de Minas Gerais, que é o Sind-Ute. Quando escrevi chamando o Anastasia de pirracento, é isso que ele é.

Leia a entrevista por escrito no blog do Benny: