sábado, 8 de março de 2014

RODRIGO NETO: UM ANO DE IMPUNIDADE


Na madrugada do dia 8 de março de 2013, o jornalista Rodrigo Neto era assassinado em uma rua no bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço. Exatamente um ano depois, a real motivação e o mandante do crime ainda não foram descobertos. Para homenagear o jornalista e pedir mais empenho da Polícia Civil na resolução do caso – que teve ainda a morte do fotógrafo Walgney Carvalho, assassinado em 14 de abril do ano passado –, parentes e amigos de Neto participam de uma missa a partir das 19h deste sábado. Em seguida, eles farão uma caminhada até o local do homicídio.

http://www.otempo.com.br/cidades/morte-de-jornalista-faz-um-ano-1.801051

BLOG ARARIPINA EM FOCO : História do 8 de março

BLOG ARARIPINA EM FOCO : História do 8 de março: No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande gr...

sexta-feira, 7 de março de 2014

O PERFIL COXINHA

Tá na moda chamar os simpatizantes, esclarecidos ou não, de coxinha. Eu que não sou coxinha não, resolvi buscar qual a analogia entre o alienado de direita (há alienado na esquerda? não, somente militontos em vez de militantes) e encontrei essa definição no blog http://trazdoarmario.com/

Segue o texto:
Em primeiro lugar, preciso dizer que eu, como a esmagadora maioria do povo heroico desta pátria amada, amo coxinha (s.f. quitute). Desde as do Veloso até as do boteco da Vieira de Morais que divide a estufa com o ovo rosa.
Muito se fala sobre os coxinhas (s.m. tipo de ser humano). A gíria nasceu em São Paulo , que é, por si só, o maior reduto de coxinhas do Brasil. O que pouca gente sabe é o que é de fato um famigerado coxinha, e foi por isso que eu resolvi escrever esse texto e delimitar um significado definitivo pra essa gíria.

“Significado definitivo? Que moleque pretensioso!”, diria você, caro leitor. Mas “definitivo” é o tipo de palavra que os coxinhas adoram. Eles gostam de limitações, definições, certezas. Se tem um tipo de gente que não troca o certo pelo incerto, são os coxinhas. Tudo que um representante nato da categoria mais quer é constituir família, sustentar a mulher e os filhos, e que todos tenham boas notas no colégio e que vão pra Disney todo ano.

No fundo, o coxinha quer uma vida que os jovens de várias gerações lutaram para poder NÃO ter. Mas nem todos admitem isso. A verdade é que o coxinha não gosta de se arriscar. Em nada. Pra não ter perigo de errar, pra não deixar de ser querido, etc. O pastel, por exemplo, abre possibilidades para todo tipo de recheio. A coxinha, não. Nunca. É frango desfiado e só. Catupiry, se muito, dá o ar da graça. E pedir uma coxinha sempre é menos arriscado do que pedir um bolovo, por exemplo.

O coxinha não toma bomba no colégio e raramente tranca uma faculdade. O que ele quer é “ingressar no mercado de trabalho”. A primeira vez que o coxinha bate ponto, ele quase tem um orgasmo. É a construção do seu futuro e da vida empanada que sempre planejou. A mamãe do coxinha se contorce de orgulho do filho, ainda mais quando – depois de já estar empregado e casado com uma boa moça – ele lhe dá o primeiro neto.

O coxinha adora o Coldplay e acha incrível a filantropia do Bono Vox. Na literatura, ele sempre recomenda para a roda de colegas no almoço da firma todos os livros do ranking da Veja. E, se falar de cinema, o coxinha divagará sobre grandes trilogias (as quais comprou em boxes, na Fnac). Todos seus gostos e interesses são baseados em unanimidades. Porque, se não dá para agradar a todos, o coxinha tenta agradar pelo menos à maioria.

A camisa polo, símbolo máximo do gênero, é outra forma de destoar o menos possível. Ela não é nem casual demais para uma festa, nem formal demais para um passeio no parque. Então, o coxinha deita e rola. Suéter enrolado no pescoço também é um bom complemento para as meias estações do coxa, mas não é obrigatório. Ah, e o coxinha chama tênis de sneaker para fazer de conta que um é diferente do outro.

Ao contrário do que se pensa, a condição coxinha não tem necessariamente a ver com dinheiro. Existem coxinhas que ganham 100 mil reais por mês e coxinhas que sustentam a família feliz com quatro salários mínimos.

Metódicos, os coxas povoam avenidas movimentadas como a Faria Lima e a Berrini. E seus olhos chegam a ficar marejados quando passam com seu sedan prata na ponte estaiada. “Esse é o símbolo da nossa cidade, a locomotiva do país”, diria o coxinha para o seu filho que já tem a cara do pai, só que numa versão buffet infantil.

E engana-se quem acha que a tribo dos coxinhas se limita aos escritórios cinzas. Eles podem estar em toda parte: nas artes, nos esportes, na medicina e, muito frequente a partir dos anos 2000, na publicidade. Quando você vir o comercial de um banco com pessoas sorridentes e narrador com timbre épico, pode ter certeza: tinha um coxinha na reunião de brainstorming que, depois de contar sua “ideia genial”, foi aplaudido por mais meia dúzia de coxinhas.

Pra terminar, digo que um coxinha jamais faria mal pra você enquanto indivíduo. O problema é o impacto social dos coxinhas que, sem declararem nada, acordam todos os dias e vestem suas camisas azuis-bebê na busca pela extinção da ousadia e por uma sociedade oleosa e simétrica. Uma grande coxinha.

quinta-feira, 6 de março de 2014

UMA CRÍTICA ROMÂNTICA E SINCERA

NOTA DO BLOG: Entendo que a política almejável é aquela que podemos unir teoria e prática (programa com pragmatismo). O que vivemos, mesmo em Partidos como o PT (Partido dos Trabalhadores) é a supremacia do pragmatismo sobre o programa. Outros partidos podem a primeiro momento serem um tanto quanto programáticos como o PSOL, PSTU e PCB, mas o campo de ação por ser ainda limitado certamente demonstrariam-se pragmáticos em outro patamar de articulação. Não vai aqui nenhuma tentativa de desqualificar o que todos os partidos de esquerdas e centro-esquerdas buscam construir em uma Sociedade ainda em construção. Então da direita, dispensa-se comentários. Nada a dizer, pragmática ao extremo.
Reproduzo essa entrevista para dizer que concordo com Michel Löwy, apesar de eu ainda ter que aprofundar mais sobre o pensamento de Walter Benjamin, nos apresenta um pensador marxista contextualizado com o conturbado início de século XX. 
Cartaz sobre conferência de Michael Löwy no Brasil


Michael Löwy: Civilização capitalista é um trem suicida rumo ao abismo.
By Redação
novembro 6, 2013 16:21

Em entrevista, pensador marxista discorre sobre a crítica ao capitalismo de Walter Benjamin e sua relação com a atualidade

Por Gabriel Fabri

Considerado um dos maiores pesquisadores em Karl Marx e Walter Benjamin, entre outros autores, Michael Löwy esteve no Brasil para divulgar o seu novo livro, “O Capitalismo como Religião” (Boitempo Editorial), que reúne escritos de Benjamin, das mais variadas fases de sua carreira. Walter Benjamin foi um dos mais importantes teóricos da Escola de Frankfurt.


Em entrevista à Revista Fórum, Löwy explica a relação entre capitalismo e religião na obra de Walter Benjamin, e também discorre sobre questões como o sistema capitalista hoje e o pensamento do romantismo e do surrealismo. Confira:

Fórum – Como a questão do capitalismo como religião está inserida na obra do Benjamin? Ela a permeia? De que maneira?
Michael Löwy – Eu não diria que ela permeia a obra do Benjamin. “O Capitalismo como Religião” é um texto de um momento muito específico e não é uma questão que ele voltou a discutir como tal. Em 1921, quando ele o escreveu, ele ainda não era marxista. É um escrito mais de inspiração romântico-libertária, eu diria. Quando ele descobre o marxismo, ele vai retomar a questão, mas sobre um ponto de vista um pouco diferente, quando ele usa o conceito do fetichismo da mercadoria de Marx. Esse conceito tem uma dimensão religiosa, por que o fetichismo é uma forma de culto, de idolatria. Ele se refere à Bolsa de Paris, por exemplo, como “templo da mercadoria”. E usa expressões relacionadas com o tema do fetichismo que, metaforicamente, tem a ver com a religião.

Fórum – E qual seria o tema que atravessa toda obra de Benjamin?
Michael Löwy – O tema que atravessa toda sua obra é a crítica ao capitalismo. É uma crítica feroz, que não é necessariamente marxista, no começo não é. Não só ao capitalismo no sentido econômico, mas como civilização – moderna, industrial, capitalista, burguesa. É uma crítica de inspiração romântica a essa civilização. Esse é o fio condutor dessa coletânea de textos.

Fórum – Na orelha do livro, Maria Rita Kehl afirma que a “unidade dos textos” selecionados se explica a partir do ensaio-título escolhido para a coletânia. Como você pensa essa relação?
Michael Löwy – Segundo a Maria Rita Kehl, o texto ilumina o sentido da melancolia benjaminiana. Até certo ponto, eu diria que sim. Esse texto fala que o capitalismo conduz ao desespero. Tal desespero suscita a melancolia, o sentimento de que não há saída, de que nada se pode fazer. Eu acho que a melancolia de Benjamin tem a ver com esse desespero, mas não é uma melancolia resignada, ela é ativa. Por exemplo, ele tem um ensaio de 1929 sobre surrealismo que fala da importância do pessimismo para a revolução. Ele diz que o capitalismo pretende nos fechar numa espécie de jaula de ferro, mas que temos que procurar uma saída e, assim, ele analisa várias hipóteses de como sair. Então é evidente nessa busca que Benjamin não se dá por satisfeito com o desespero do capitalismo.

Fórum – O texto “o capitalismo como religião” é uma feroz crítica a esse sistema. O que torna esse texto atual?
WALTER BENJAMIN
Michael Löwy – Muito do que o Benjamin diz corresponde de maneira surpreendente ao funcionamento atual do capitalismo. Realmente há algo de um culto religioso na maneira como os representantes do sistema capitalista, seus economistas e os seus meios de comunicação se referem à propriedade privada, ao mercado, à bolsa… Mas talvez a coisa mais surpreendente e atual é quando Benjamin fala da ambivalência, na língua alemã, do conceito de Schuld, que é ao mesmo tempo “dívida” e “culpa”. Ele acha que essa coincidência é diabólica e que isso está no coração da religião capitalista: a dívida é uma culpa, quem está endividado é culpado. O capitalista está sempre em dívida com o seu capital, o pobre está sempre em dívida porque não tem dinheiro, então todos somos endividados, todos somos culpados. Hoje em dia nós vemos na Europa um discurso teológico de que todos os países que estão em crise estão por culpa deles, porque não trabalham, são preguiçosos, esbanjaram dinheiro. Todo um discurso moralista querendo culpabilizar esses países, quando sabemos que a dívida resulta da lógica do próprio sistema capitalista, de sua irracionalidade profunda.

Fórum – Faz sentido pensar numa adoração ao capitalismo agora que ele vem sendo tão contestado com a crise econômica?
Michael Löwy – A crise tremenda do capitalismo atual, a maior sem dúvida depois de 1929, intensifica ao máximo o desespero provocado pela religião capitalista, a tal grau que o desespero se transforma em alguma outra coisa. As pessoas se suicidam ou buscam algum bode expiatório, como os imigrantes, por exemplo. Todavia, para alguns, o desespero leva a colocar em questão a religião capitalista, e mesmo a rejeitá-la. Então, ele pode levar à raiva e à indignação, sendo essa última o traço comum de todos os movimentos de protesto que surgiram, da Primavera Árabe às jornadas de junho no Brasil. Implicitamente ou explicitamente, encontramos também uma rejeição à religião capitalista. Mas em suma, esses movimentos são o desespero transformado em raiva e indignação, o que é, evidentemente, um grande passo à frente.

Fórum – Benjamin pensou a modernidade do século XIX-XX. Quais aspectos dessa modernidade continuam até hoje?
Michael Löwy – A modernidade capitalista está baseada no princípio da mudança permanente, ela nunca é a mesma, mudando constantemente, de um minuto para o outro. Tudo muda, mas, como diria o famoso romance “O Gattopardo”, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, tudo muda para ficar a mesma coisa: a matriz econômica, social, política e cultural do sistema permanece. A civilização capitalista-industrial, com suas características analisadas por Marx e retomadas por Walter Benjamin, continua igual.

Fórum – Quais são as principais críticas de Benjamin ao mundo “civilizado” do século XX?
Michael Löwy – Ele aponta para as potencialidades destrutoras da civilização capitalista do século XX. Então rejeita a ideia de progresso, acha uma mistificação a ideia de que o capitalismo nesse século é mais civilizado ou mais humano do que no passado. Ele tem essa percepção de que o progresso capitalista vai acumulando catástrofes e que o fascismo é algo que corresponde perfeitamente a uma dinâmica possível do sistema: o fascismo e o nazismo são vistos como a expressão mais dramática da barbárie potencial do capitalismo. Assim, Benjamin alerta para os perigos de catástrofe que estão no bojo do sistema capitalista. Um dos elementos apontados é o uso da tecnologia científica mais avançada para a guerra. O texto “As armas do Futuro”, presente na antologia, fala sobre a arma química, por exemplo. Embora Benjamin fosse o mais pessimista e o mais lúcido sobre os perigos da tecnologia a serviço da guerra, nem ele conseguiu prever a arma atômica.


“O capitalismo acaba com o que é encantamento, dissolvendo tudo em prol da mercadoria, do dinheiro, do mercado, das coisas prosaicas”, diz Löwy (Foto: João Alexandre Peschanski)

Fórum – O senhor afirma que a crítica de Benjamin é de inspiração romântica. Como se dá essa relação do Benjamin com o romantismo?
Michael Löwy – Nos manuais, se apresenta o romantismo como uma escola literária do século XIX. É muito mais do que isso, pois está presente na poesia, na arte, na música, na teoria política, na religião, na econômia. O romantismo é uma visão do mundo, que atravessa todos os campos da cultura. Partindo de um texto de Marx, o romantismo é definido como uma crítica da civilização capitalista em nome do passado pré-capitalista. Acho que é exatamente isso, o romantismo é um protesto cultural contra a civilização moderna-industrial em nome de um passado idealizado. Ele surge no século XIII e existe até o século XXI, o que Marx já tinha previsto, dizendo que, enquanto existir o capitalismo, o romantismo será a sua sombra.

O romantismo possui duas vertentes principais. Uma quer restaurar o passado, então ela é conservadora, reacionária. A outra quer uma volta pelo passado, em direção a um futuro utópico, revolucionário. Nessa segunda vertente figura o Jean-Jacques Rousseau, pois ele fala do selvagem como livre, em contraponto ao homem da sociedade moderna que é um escravo, mas o teórico não quer voltar a viver na floresta, e sim restaurar essa liberdade perdida numa sociedade futura, democrática. Essa dialética romântica entre passado e futuro já está em Rousseau e continua ao longo dos séculos XIX, nos socialistas utópicos, e XX, nos surrealistas, entre outras correntes do pensamento. O Walter Benjamin é um exemplo dessa atitude romântico-revolucionária. Ele vai utilizar a teologia e a religião que vem do passado como arma para uma luta revolucionária contra uma civilização burguesa.

Fórum – Como a visão romântica permanece até hoje?
Michael Löwy – Você vê o romantismo reacionário nas pessoas que querem restaurar alguns valores aristocráticos e tradicionalismos, como, por exemplo, as correntes religiosas fundamentalistas, que querem resgatar a religião como era no passado. Esse fundamentalismo, todavia, nem sempre é critico do capitalismo, então, nesse caso, não é romantismo, e sim uma variante da religião capitalista. Mas existem formas religiosas retrógradas que rejeitam a civilização moderna, então elas têm essa forma de protesto reacionário.

Há também as formas românticas utópicas ou revolucionárias. No campo religioso, por exemplo, a Teologia da Libertação é crítica à civilização capitalista e se refere a alguns valores do passado, a uma imagem idealizada do cristianismo nas origens e à ideia de que existem tradições comunitárias populares que o capitalismo vai destruindo, mas que devem ser resgatadas. Então eles querem restaurar o espírito comunitário que existiu no passado, mas sem voltar a ele, criando algo novo como, por exemplo, a comunidade de base, que incorpora aspectos da modernidade, entre eles a adesão individual das pessoas.

Fórum – De que maneira as reflexões do romantismo se prolongam até o surrealismo?
Michael Löwy – Um dos elementos do protesto romântico contra a civilização é aquilo que o Max Weber chama de “desencantamento do mundo”. O capitalismo acaba com o que é encantamento, dissolvendo tudo em prol da mercadoria, do dinheiro, do mercado, das coisas prosaicas. O romantismo protesta contra isso, sendo uma tentativa de reencantamento do mundo. No caso do surrealismo, essa tentativa tem uma forma revolucionária, pois eles querem reencantar o mundo por meio da poesia, do sonho, do acaso e da utopia, e não por meio da restauração do passado. André Breton, fundador do surrealismo, vê o movimento como uma continuação do romantismo, quando diz que o seu movimento é a “cauda do cometa romântico”. Os surrealistas, além de críticos do sistema, também criticavam a civilização ocidental, sendo violentamente anticolonialistas, pois o colonialismo é a tentativa de impor essa civilização aos povos da periferia. Assim, um dos primeiros atos políticos do surrealismo foi o apoio a um levante árabe no Marrocos, reprimido pelo colonialismo francês. Já em 1925, logo quando é fundado o movimento surrealista, eles vão apoiar essa revolta anticolonial.

Fórum – Benjamin achava que só uma revolução podia interromper a marcha da sociedade burguesa rumo ao abismo. Essa marcha continua?
Michael Löwy – A marcha para o abismo continua, mas tem uma forma diferente. Na época de Benjamin, era a marcha à guerra, à II Guerra Mundial. Hoje em dia a mais nítida é a corrida, não “marcha”, para o abismo, que é a catástrofe ecológica. A marcha vai devagar, mas a corrida do trem vai rápido. É evidente que a civilização capitalista industrial está indo como um trem suicida, com rapidez crescente, em direção a esse abismo, o que é uma catástrofe sem procedentes na história humana. Isso está ligado à dinâmica própria do capitalismo, de expansão ilimitada. Mais uma vez se coloca a urgência do que o Benjamin dizia: precisamos de uma revolução, isso é, puxar os freios desse trem louco.

Ficha técnica 
Título: O capitalismo como religião
Autor: Walter Benjamin
Organizador: Michael Löwy
Orelha: Maria Rita Kehl
Quarta capa: Jeanne Marie Gagnebin
Páginas: 192
ISBN: 978-85-7559-329-5
Preço: R$ 42,00
Coleção: Marxismo e literatura

quarta-feira, 5 de março de 2014

AGRICULTURA FAMILIAR: SOLUÇÃO ECONÔMICA E ECOLÓGICA

2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar, essa modalidade econômica e ecológica que sustenta o Brasil e que merece mais reconhecimento por parte dos governos. Veja as informações sobre o encontro que está acontecendo na Hungria.

Chefes da ONU e da FAO pediram apoio ao Ano Internacional da Agricultura Familiar durante encontro na Hungria. Estudo recente em 93 países aponta que as produções familiares representam mais de 90% de todas as produções agrícolas.


O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, pediram nesta quarta-feira (5) aos governos que aumentem o apoio aos pequenos agricultores familiares de todo o mundo com o objetivo de ganhar a luta contra a fome.
Ban ressaltou que o Ano Internacional da Agricultura Familiar, que se celebra em 2014, é um chamado para o comprometimento. A mensagem foi transmitida por Graziano no Fórum Global e a Expo sobre Agricultura Familiar que acontece em Budapeste, Hungria.
“Os governos podem emponderar os agricultores familiares, especialmente as mulheres e os jovens, mediante políticas que propiciem um desenvolvimento rural equitativo e sustentável. Isso inclui uma melhor infraestrutura para reduzir a quantidade de alimentos que se perdem depois da colheita, quando os pequenos produtores são incapazes de armazenar, processar e transportar seus produtos”, disse Ban.
O secretário-geral da ONU disse também que o financiamento público e privado deve proporcionar serviços financeiros vitais, como o crédito e os seguros. Ban advertiu que os agricultores familiares de pequena escala são particularmente vulneráveis aos impactos climáticos, como as condições meteorológicas extremas, as secas e as inundações.
Políticas agrícolas favoráveis à família
Durante o discurso no Fórum, José Graziano reafirmou as palavras do secretário-geral para que os governos adotem políticas agrícolas explicitamente a favor da família.
Segundo ele, estas devem garantir o acesso aos recursos da terra e da água, fortalecer os programas de pesquisas gestionados publicamente, ampliar o investimento público em infraestrutura rural e colocar em marcha programas de proteção social, além de estabelecer em lei um salário mínimo.
Graziano assinalou que os agricultores familiares, pescadores, pessoas dependentes das florestas, pastores, comunidades tradicionais e indígenas são chave para a segurança alimentar na maioria dos países.
Segundo o diretor-geral, um estudo recente em 93 países aponta que as produções familiares representam mais de 90% de todas as produções agrícolas. Ele também indicou que os agricultores familiares dirigem a maior parte das terras agrícolas do mundo, incluindo até 85% na Ásia e 63% na Europa.
“Além de produzir uma alta porcentagem dos alimentos que comemos, a agricultura familiar é a maior fonte de emprego no mundo”, destacou Graziano, acrescentando que os pequenos agricultores são os guardiães da biodiversidade agrícola e dos recursos naturais do planeta.
FAO alerta para a ameaça da grilagem de terras
O diretor-geral da FAO chamou a atenção para a importância de se proteger os agricultores familiares do aumento de ameaças ao acesso tradicional da terra que representa a insegurança e a grilagem de terras.
As diretrizes voluntárias sobre a governança responsável da posse da terra, aprovadas pelo Comitê de Segurança Alimentar Mundial, assim como os Princípios sobre Investimentos Agrícolas Responsáveis – atualmente em fase de negociação – são de grande importância para manter as ameças sob controle.
“Existem grandes investidores do setor privado na agricultura e eles continuarão, nós gostando ou não”, explicou José Graziano. “Sendo assim é muito importante que haja um entendimento comum sobre como investir em formas que sejam sustentáveis e protejam os direitos dos agricultores familiares e as comunidades pobres.”
Embaixadores especiais
A secretária-geral da Associação de Agricultores da Ásia, Esther Penunia, o presidente da zona sul da seção artesanal da Federação Nacional de Pesca de Mauritânia, Mohamed Ould Saleck, e o presidente da Associação Europeia de Agricultores, Gerd Sonnleitner, aceitaram formalmente durante o Fórum serem nomeados como Embaixadores Especiais da FAO para a Agricultura Familiar.
Se unem assim a outros embaixadores especiais já nomeados: Ibrahima Coulibaly, presidente da Coordenação Nacional de Organizações Campesinas do Mali, e Mirna Cunningham, ex-presidenta do Fórum Permanente para as Questões Indígenas das Nações Unidas.
A agricultura familiar está cada vez mais recebendo um novo olhar, por seu potencial de alimentar um planeta com fome e de gerir recursos naturais.
Com a escolha de 2014 como Ano Internacional da Agricultura Familiar, a Hungria iniciou com esse evento as festividades do Ano.
Organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Rural da Hungria, o Fórum Global e a Exposição devem atraiu ministros, especialistas, ativistas, agricultores, acadêmicos e outros interessados que acompanham as questões de alimentação.
Uma mesa-redonda com ministros da agricultura debateu políticas e programas que afetam a agricultura familiar tanto no âmbito nacional quanto internacional.
Agricultores de todo o mundo estão expondo seus produtos e mostrar suas atividades durante a exposição de três dias, no Centro do Congresso em Budapeste, que acontece paralelamente ao Fórum Global.
A persistência de altos índices de fome em muitos países, a perspectiva de crescimento da população e entraves à agricultura decorrentes de mudanças climáticas formam o contexto que levou a Assembleia Geral da ONU a declarar o Ano Internacional da Agricultura Familiar e a confiar à FAO a liderança das atividades.
“Começou a busca por sistemas agrícolas verdadeiramente sustentáveis que possam atender à futura demanda mundial de alimentos”, disse Graziano. “E nada se aproxima mais do paradigma de produção sustentável de alimentos do que a agricultura familiar.”

MUTUM: BOA COLOCAÇÃO E DUAS PREOCUPAÇÕES

POST ADAPTADO DO PORTAL DO CAPARAÓ.
Que Mutum é um grande município e que sem dúvida temos destaque na região da Zona da Mata, todo mundo sabe. Ao contemplar esse número que avaliei a partir de um post no facebook do Professor Deives Lopes Barbosa, e até então desconhecido por não ter acessado o site do Portal Caparaó nesses dias, vejo que as tabelas refletem justamente a realidade que percebemos, até por que somos o 2º município em extensão na região. 


Mas emerge duas preocupações: 

1º) A diferença de colocação entre o PIB Total e o PIB Per Capita (13º lugar para 24º), isso reflete uma má distribuição de renda. A velha máxima, somos um município rico com o povo pobre.
2º) No terceiro setor da economia, a prestação de serviço, somos o 15º lugar, atrás de municípios como Matipó, Lajinha e Espera Feliz. No setor econômico que mais gera emprego.
A saída é então investir também nesse setor com qualificação da mão de obra e assim matar dois coelhos com uma paulada só. Isso é, superar as duas preocupações aqui elencadas.
(click no link no final da página para ter acesso às tabelas)

MANHUAÇU (MG) - Manhuaçu é o segundo no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 142 municípios que compõem a Zona da Mata com o valor de R$ 1.480 bilhão. Os dados de 2011 mostram que a cidade ficou atrás de Juiz de Fora (9,3 bilhões de reais) e superou o município de Ubá (R$ 1.457 bilhão), que era o segundo colocado. Muriaé (R$ 1.175 bilhão) continua em quarto e depois vem Cataguases (R$ 970 milhões). Um dos fatores privilegiados da economia de Manhuaçu é a diversidade de setores que ela engloba, apesar a agricultura ser o grande impulsionador. No entanto, como a cidade polariza muitos serviços e o comércio, eles também contribuem significativamente para o resultado. No setor industrial o desempenho é mais fraco. Em relação ao PIB 2010, Manhuaçu em 2011 superou Ubá (que era o segundo colocado).

Em números, o PIB Total de Manhuaçu subiu de R$ 1,122 bilhão em 2010 para R$ 1.480 bilhão em 2011. Outro crescimento foi o PIB per capita (o valor total dividido pelo número de habitantes). Saltou de R$ 14.100,51 (2010) para R$ 18.382,33 (2011), mesmo assim, abaixo do PIB Estadual R$ 19.573,00.
O valor da Agropecuária tem peso no PIB de Manhuaçu. Nesse ranking, a cidade lidera: Manhuaçu R$ 181 milhões; seguido de Santa Margarida com 96 milhões de reais; Mutum R$ 93 milhões; Alto Jequitibá 85 milhões; Caratinga 84 milhões; Espera Feliz 83 milhões; São João do Manhuaçu 80,564 milhões; Simonésia 80,553 milhões; Martins Soares 73 milhões; Lajinha 66 milhões e Divino 64 milhões.
Na indústria, a liderança é de Juiz de Fora Juiz de Fora com 2,120 bilhões de reais. Em seguida, Ubá 433 milhões; Cataguases com 231 milhões; Manhuaçu com 210 milhões; Muriaé com 195 milhões.
Na mesma linha, na área de serviços, Juiz de Fora é o primeiro lugar na região com 5,714 bilhões de reais. Manhuaçu ocupa o segundo lugar com 933 milhões; Muriaé 827 milhões; Ubá com 800 milhões; Caratinga 738 milhões (Rio Doce); Viçosa 621 milhões; Ponte Nova 599 milhões; Leopoldina 394 milhões; Manhumirim com 233 milhões; Carangola 218 milhões e Espera Feliz 170 milhões.

Veja matéria completa com tabelas em:

domingo, 2 de março de 2014

AGROTÓXICOS: NA TERRA, NO AR E NA ÁGUA.

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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS & AGROTÓXICOS
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Esses estudos evidenciam a gravidade das consequências sobre a saúde pública, sobretudo nas regiões do agronegócio, advindas do modelo convencional de agricultura, baseado em grandes monoculturas intensivas no uso de venenos. Também revelam como estamos sujeitos aos riscos da exposição aos agrotóxicos através do ar que respiramos e da água que bebemos.



LEIA MAIS EM: http://aspta.org.br/campanha/665-2/