sábado, 19 de abril de 2014

MUTUM CULTURAL: FOTOGRAFIAS DA ESCRAVIDÃO

Quais motivos teríamos para postar esse artigo em nosso blog cultural? Temos pelo menos 3:
1) A beleza das fotos em si. Entre tantas coisas que gosto, uma delas é fotografia.
2) Subsídio interessante para as aulas de história ou problemática social quando isso for abordado em Problemática socioambienteal.
3) Material para trabalhar consciência negra, sobretudo o ENEIRA (ENCONTRO DE NEGRAS E NEGROS PELA IGUALDADE RACIAL) sendo construído.
LEIA NO LINK:
MUTUM CULTURAL: FOTOGRAFIAS DA ESCRAVIDÃO:

quarta-feira, 16 de abril de 2014

MUTUM POLITICO: PROBLEMA SOCIOAMBIENTAL EM MUTUM É NOTICIADO EM J...

Sem dúvida, esse é um caso dentro da nossa realidade para ser estudado nas disciplinas que leciono: ciências, biologia, problemática socioambiental, projetos em educação ambiental.



LEIA NA ÍNTEGRA NO BLOG MUTUM POLITICO.

MUTUM POLITICO: PROBLEMA SOCIOAMBIENTAL EM MUTUM É NOTICIADO EM J...: NOTA DO BLOG: O interessante é que quando as coisas estavam somente aqui na aldeia, parecia não ter solução, mas agora que está divulgado, p...

PROBLEMA SOCIOAMBIENTAL EM MUTUM É NOTICIADO EM JORNAL

NOTA DO BLOG: O interessante é que quando as coisas estavam somente aqui na aldeia, parecia não ter solução, mas agora que está divulgado, pelo menos a nível estadual, vamos ver no que dá.
Esse blog quer se somar aos que já estão na luta. Essa reportagem é um grande avanço. Vamos agora pressionar os órgãos estaduais.

VEJA A MATÉRIA DO JORNAL HOJE EM DIA
16/04/2014 07:23 - Atualizado em 16/04/2014 07:23
Moradores de Mutum sofrem com poluição causada por laticínio

Thais Mota - Hoje em Dia
Representantes do laticínio dizem que a empresa está fazendo adequações, mas os problemas persistem
Representantes do laticínio dizem que a empresa está fazendo adequações, mas os problemas persistem

Mau cheiro, diarreia e poluição. Esses são alguns dos problemas denunciados por moradores de Mutum, na Zona da Mata. Eles sofrem com o descarte irregular de resíduos de um laticínio da empresa Porto Alegre. De acordo com a professora e servidora da Fundação Municipal de Cultura Maria do Carmo Tavares Medeiros, o problema é antigo e já foi denunciado várias vezes aos vereadores e órgãos competentes, mas nenhuma providência foi tomada.

“Várias audiências públicas foram realizadas, mas nada foi feito. Os representantes da Porto Alegre alegam que estão fazendo adequações, mas não há nenhum avanço”, afirmou Maria do Carmo. Junto a outros moradores, ela organizou um abaixo-assinado com mais de 700 adesões e enviou o documento à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) denunciando a irregularidade e os problemas de poluição na cidade. Procurada, até o fechamento desta edição a Porto Alegre não havia se manifestado.

A empresa foi procurada pela reportagem do Hoje em Dia desde a última quinta-feira, mas até a publicação dessa reportagem não retornou.

Doenças

Diante da inércia do poder público, um grupo de moradores se organizou para investigar o descarte irregular de resíduos e reuniu várias provas. Entre as denúncias estão a falta de tratamento do lixo resultante da produção de laticínios, o despejo de dejetos em propriedades privadas e nos rios Mutum e São Manoel, provocando a mortandade de peixes e mau cheiro. “À noite é praticamente impossível dormir porque o cheiro é insuportável”, afirmou Maria do Carmo.

Além disso, o descarte estaria atraindo ratos e urubus. Um relatório da Secretaria Municipal de Saúde aponta que, entre janeiro e março, foram notificados 302 casos de diarreia sem causa definida no município de 26 mil habitantes. Uma das hipóteses citadas no documento é que esses casos estejam relacionados à água utilizada na cidade.

Mas a Copasa garantiu que a água está dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde e não oferece nenhum risco. “A Copasa esclarece que a água é captada no rio Mutum. A análise da água bruta é feita a cada duas horas. A Copasa realiza ainda análises de rotina da estação de tratamento, avaliando parâmetros físico-químicos como cor, turbidez, PH, dosagem de cloro, flúor e cal. Já a análise de oxigênio consumido e oxigênio dissolvido é feita duas vezes ao dia”, informou a empresa de saneamento.

Prejuízos financeiros

Além dos danos ao meio ambiente e à saúde da população, o despejo ilegal dos resíduos tem provocado ainda prejuízos financeiros a comerciantes e prestadores de serviços do município. Segundo a presidente da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), Vanessa de Freitas, o mau cheiro tem prejudicado a realização de festas e a utilização do tradicional clube da cidade, que fica localizado bem ao lado do laticínio Porto Alegre, às margens da MG-108.

"Antigamente, tínhamos festas todo mês e agora não passam de quatro por ano. Até as crianças de um projeto social realizado no clube, reclamam do mau cheiro e muitas vezes deixam de comer o lanche oferecido porque estão se sentindo mal", disse Vanessa. Ainda conforme ela, o laticínio fica a aproximadamente três quilômetros do Centro de Mutum, mas em alguns dias o mau cheiro é tanto que incomoda até os moradores da região central.

Fiscalização

Em fevereiro, um acordo entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mutum e a Porto Alegre foi firmado no sentido de minimizar os problemas da poluição na cidade. Segundo o secretário Genilson Tadeu da Silva, a empresa atribuía o mau cheiro a falta de aeração da água proveniente da produção de leite e que estava sendo descartada no meio ambiente. Isso porque a empresa não tinha energia suficiente para que os aeradores das estação de tratamento fossem ligados.

No entanto, o secretário informou que o problema foi solucionado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a água voltou a ser tratada antes do descarte. Segundo ele, isso já está sendo cumprido pela empresa desde o mês passado. Mas, em relação aos resíduos sólidos, o problema permanece e o lixo tem sido despejado a céu aberto em propriedades no entorno da indústria.

"Esses resíduos teriam que ser tratados antes de serem dispensados no solo, mas a situação continua da mesma forma. Não temos mais o que fazer já que a fiscalização das denúncias cabe à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad). Nós firmamos um acordo que tem sido cumprido, mas a empresa apresenta irregularidades em relação ao meio ambiente desde 2008 e já foi autuada e multada várias vezes", explica.

Na última sexta-feira (11), o laticínio recebeu duas autuações e foi multado em R$ 100 mil durante uma fiscalização da Polícia Militar de Meio Ambiente. Segundo informações da PM, a empresa estava operando a produção e preparação de leite sem licença ambiental e também estava lançando resíduos sólidos in natura a céu aberto. Ainda conforme o órgão, a Porto Alegre já tinha sido advertida duas vezes este ano por utilização de recursos hídricos do municípios sem outorga do município e por descarte irregular de resíduos.

Já a Semad informou que recebeu denúncias contra o laticínio Porto Alegre em Mutum e "que está na agenda de fiscalização a vistoria" no local.
FONTE: HOJE EM DIA.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

QUEREM O POUCO QUE RESTA

Mineroduto de 482 km pode provocar falta de água no norte de Minas

Região semiárida não comporta receber mineração; MP entrou com ação civil para suspender o licenciamento / Foto: Mídia Ninja
Maíra Gomes
Belo Horizonte (MG)
O Norte de Minas Gerais é palco de disputa para a implantação do que pode ser o maior empreendimento de extração e transporte de minério da história da região. O projeto de mineração Vale do Rio Pardo, da empresa Sul Americana de Metais S/A (SAM), pretende construir uma mina para extração do minério de ferro no município de Grão Mogol, local onde o minério será também beneficiado, e construir de um mineroduto de 482 Km de extensão, para o transporte para o porto de Ilhéus (BA). O projeto prevê um custo de R$3 bilhões.
Durante audiência pública realizada na última quarta-feira (9) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Ministério Público Estadual (MP) informou que ingressará com ação civil pública nos próximos 15 dias solicitando a suspensão do pedido de licenciamento ambiental, em trâmite no Ibama desde 2012. Se o pedido for aprovado, a SAM receberá uma licença prévia para iniciar as obras.
O MP alega que, para se ter dimensão total dos impactos, é importante que o projeto seja avaliado como um todo, não de forma fragmentada. O EIA/RIMA apresentado pela empresa contempla apenas o mineroduto e o chamado Bloco 8, que tem possibilidade de exploração por 25 anos. No entanto, o projeto total ainda conta com outro bloco, o 7, não incluído no estudo de impacto. Após ser questionado, o diretor de Relações Institucionais da SAM, Geraldo Magela, não garantiu que o Bloco 7 também não seria explorado nesses 25 anos.“Eles pedem um estudo menor pra ter mais chance de aprovar, mas pedem depois aditivos e vão dobrar a produção, o que vai causar um impacto ainda maior. Acho que a chance do MP ganhar é grande”, acredita o deputado estadual Rogério Correia (PT), que fez o pedido da audiência.
Desperdício de água onde já não tem

O uso da água é o que mais preocupa a população local e os movimento sociais. Adair Pereira de Almeida, morador de Grão Mogol e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), lembra que a região sofre com a estiagem, já que em nove meses do ano o nível de água dos rios e igarapés baixam significativamente. Ele explica que a mineração já utiliza uma quantidade tão grande de água que não deveria ser permitida a extração em regiões semiáridas, como é o caso do Norte de Minas. Com a implantação do mineroduto, que compreende o transporte do minério por canos através da água, seria ainda mais complicado. “O mineroduto vai enxugar a água. Quando chegar a hora da seca, a empresa não vai diminuir a produção porque está faltando água pra população. E as comunidades é que vão sofrer”, declara.
A empresa SAM já tem a outorga, ou seja, o direito de uso, de 6200 mm³/hora de água da Barragem de Irapé, localizada em Grão Mogol. O valor representa 14% de toda a capacidade de cessão da água da barragem, que está instalada no rio Jequitinhonha, um dos maiores da região, responsável por abastecer milhares de famílias e comunidades, que vivem basicamente da agricultura familiar.
Na audiência pública, o diretor da empresa informou que a SAM pretende ainda construir outra barragem no local, no rio Vacaria. Dali deverá retirar a água necessária para cobrir as necessidades do projeto, além de ceder 4 mil mm³/hora para o governo investir em abastecimento humano e irrigação. No entanto, Adair afirma que a água dificilmente terá utilidade real, pois estará contaminada. “A água é contaminada na cava [local de extração do minério], quando alcança os lençóis freáticos, e também na barragem de dejetos. Apesar das proteções obrigatórias, sempre há problemas e falhas, o que causa a contaminação.
Decreto pode retirar famílias
Em janeiro deste ano, o governo estadual publicou o Decreto com Numeração Especial 30, de utilidade pública, para “desapropriação de pleno domínio ou constituição de servidão” de terrenos nos nove municípios afetados pelo empreendimento: Águas Vermelhas, Berizal, Curral de Dentro, Fruta de Leite, Grão Mogol, Novorizonte, Padre Carvalho, Salinas e Taiobeiras. O decreto abre brecha para a desapropriação dos terrenos atingidos a qualquer momento. O deputado Rogério Correia afirmou que vai entrar com um projeto de lei na ALMG pedindo revogação do decreto.
Exploração: projeto de governo
O militante do MAB Pablo Andrade Dias afirma que o projeto Vale do Rio Pardo evidencia o projeto neoliberal em curso em Minas Gerais. “O papel do Estado tem sido facilitar e operar os interesses do capital internacional em Minas. E a mineração entra nesse bojo, de exploração e exportação do minério bruto. Isso não favorece o desenvolvimento industrial do país, apenas retira as riquezas do povo”, aponta.