sábado, 8 de agosto de 2015

LANÇAMENTO DA FRENTE EM DEFESA DO BRASIL

MINAS SE LEVANTA


Foi nessa sexta-feira que aconteceu em Belo Horizonte com a presença do filósofo Leonardo Boff que aconteceu o lançamento da Frente Mineira Pelo Brasil.

Em sua carta de lançamento, a Frente Mineira Pelo Brasil faz alusão a dois momentos históricos de Minas Gerais.

Trazemos desde a Inconfidência Mineira o sonho da liberdade. E esse sonho está expresso em nossa bandeira. Naquele momento libertar-se, era rebelar-se contra o Reino de Portugal, ainda que no bojo dessa libertação estivesse ideias liberais.

FOTO: POSTADO POR ROGÉRIO CORREIA
Outro momento foi recente. Os 12 anos de governo tucano onde o sucateamento do serviço público foi apenas a ponta de um iceberg que se estruturava sobre a política desastrada que o estado adotou com a distorcida ideia do Estado Mínimo.

Essa mesma direita que aqui destruiu o estado, de maneira predatória, é a que quer tomar o Brasil de assalto.

Sabemos que há situações a serem superadas. O nosso projeto de Poder Popular atravessa mares bravios. Mas os movimentos populares e setores progressistas, bem como autoridades com atuação em consonância com a sociedade organizada, não pode assistir a esse assalto que a direita orquestra de braços cruzados. O Brasil não pode retroceder.

Leia abaixo a Carta de Lançamento da Frente Mineira Pelo Brasil:


MINAS SE LEVANTA EM DEFESA DO BRASIL

Carta de lançamento da Frente Mineira pelo Brasil
FOTO POSTADA POR PADRE JOÃO PT

Belo Horizonte 7 de agosto de 2015
Percebemos em curso a restauração e alinhamento de um campo neoliberal antipopular e antinacional, demarcado pelo Imperialismo e composto pela grande mídia, a oligarquia financeira, líderes políticos conservadores e setores do judiciário.
Estes atacam os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a soberania nacional e orquestram pretextos artificiais para a interrupção da legalidade democrática.
Aproveitam-se para isto do aprofundamento da crise econômica internacional e de erros cometidos por setores democráticos e populares, entre os quais aqueles cometidos pelo governo federal.
A Frente Mineira pelo Brasil se posiciona convicta e firmemente contra qualquer tentativa de golpear o Estado Democrático de Direito.
O combate à corrupção é dever do Governo e de toda a sociedade, mas a operação Lava-Jato não pode manter sua descarada seletividade, ou deixará de cumprir a função de expor os desvios e promiscuidades estabelecidas entre o setor privado e o Estado.
Nesse sentido a Frente Mineira pelo Brasil chama atenção para que no debate da reforma política seja privilegiado o debate do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.
No Congresso Nacional, o mais conservador e mais caro desde a abertura democrática, busca-se a aprovação de uma contrarreforma política, a redução da maioridade penal, a generalização da terceirização no trabalho e a alteração na Lei de Partilha do Pré-Sal, onde se sedimentam os planos de privatização da Petrobrás, a maior empresa do país.
Portanto, não há governabilidade ou pacto possível no terreno antipopular capitaneado por Eduardo Cunha!
O braço ideológico e mobilizador do bloco conservador, a grande mídia, cultiva o ódio entre o povo e dissemina o veneno a ser inoculado nas veias da Democracia.
Com isso, prepara palco para a naturalização das pretensões das elites reacionárias e enfurecidas de retornarem ao poder central mesmo que para isso precisem arrastar o país para o fundo do poço.
A desfaçatez com que foi tratado o ataque fascista ao Instituto Lula é sintomático da completa ausência de compromisso democrático desta grande mídia.
Barrar o golpismo, isolá-lo e derrota-lo é a missão urgente a ser enfrentada. Somente uma ampla unidade será capaz de realizá-la. A Frente Mineira pelo Brasil se coloca nesta trincheira.
GOVERNABILIDADE POPULAR
Nos últimos meses as organizações sociais do povo brasileiro deram uma poderosa demonstração de que há muita energia para resistir e superar o avanço conservador.
FOTO POSTADA POR PADRE JOÃO PT
As dezenas de atos e manifestações realizadas impediram que retrocessos maiores acontecessem. Essa resistência indica o caminho a ser perseguido no próximo período. O programa vitorioso em 2014 precisa ser resgatado.
Não é mais aceitável que 0,3% dos que declaram imposto de renda no Brasil detenham 22,7% da riqueza do país e que as grandes fortunas, heranças e o rentismo não sejam taxados, especialmente em um momento de crise internacional em que a conta é empurrada sobre a classe trabalhadora mundo afora.
A democracia brasileira é amordaçada pelo poder do dinheiro privado na definição das eleições e pelo monopólio dos meios de comunicação.
As grandes cidades são estranguladas pela especulação imobiliária e pelos oligopólios do transporte público. O campo clama por uma reforma agrária popular.
O extermínio dos jovens pobres e negros nas periferias é o retrato mais dramático da necessidade de construção de um vigoroso processo de lutas por avanços em direitos sociais, econômicos, cultuais e políticos.
O Brasil precisa construir um outro ciclo de desenvolvimento para atender as históricas e as novas demandas de seu povo.
Este ciclo deve almejar em seu horizonte a realização de reformas democráticas e estruturais, ampliação de direitos sociais, uma política econômica marcada pela geração de emprego, distribuição de renda e fortalecimento da indústria nacional ao contrário da política de juros altos vigentes.
Este ciclo somente se abrirá e será vindouro se for conduzido pela força social organizada de milhões de brasileiros.
Os mineiros conheceram, combateram e derrotaram o projeto conservador que pretende se restaurar no país. A reforma neoliberal do Estado batizada de Choque de Gestão e conduzida por Aécio Neves foi a responsável por colocar Minas na pior situação de sua história.
A realidade ocultada por doze anos, mas amargada pelo povo mineiro, veio à luz: elevação da dívida pública, precarização do funcionalismo público e serviços públicos e fragilização da indústria, economia e empresas públicas.
Sem falar das denúncias de corrupção sistematicamente blindadas pelo aparato conservador da grande mídia, Ministério Público, Tribunal de Contas e demais órgãos de controle.
A resposta do povo chegou nas eleições de 2014, o campo conservador perdeu em Minas nos dois turnos e foram exemplarmente derrotados no primeiro turno da eleição para o Governo Estadual.
Conscientes de nossa responsabilidade nesse momento do país, novamente nos embandeiramos de esperança e ousamos enfrentar o conflito necessário.
A história de nosso país é a história da luta de seu povo. A herança maior de Minas para a construção da nação brasileira é o exemplo da luta do povo pela Liberdade.

É com este espírito, alicerçado nos interesses e lutas do povo brasileiro, que nasce a Frente Mineira pelo Brasil.

FONTE: VIOMUNDO


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

PÁGINA 13: IMPRESSOS DE UMA ARTICULAÇÃO


NOTA DO BLOG: Confessamos que nós do blog, MUTUM SOCIALISTA, temos um fascínio por jornais panfletários, criados por grupos ideologicamente definidos. O jornal Página 13, de uma das tendência mais tradicionais do Partido dos Trabalhadores está em consonância com esse nosso fascínio. Por isso, nosso companheiro João Paulo Furtado de Oliveira, que recentemente foi nosso entrevistado na série DIÁLOGOS DE BASE, nos informa mais sobre esse periódico de informação e sobretudo de formação que atua dentro dos nossos anseios de construir uma sociedade justa, solidária e fraterna. 

Ainda em sua explanação sobre o Página 13, João Paulo Furtado de Oliveira aborda a questão da democratização das comunicações no Brasil que funciona como um quarto poder. 


Um jornal a serviço do PT Democrático, 

Socialista e Revolucionário

O jornal Página 13 é uma publicação mensal da Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores. Há mais de 10 anos, esse veículo de comunicação, disponível em formato impresso para assinantes e on-line para qualquer pessoa, tem pautado debates imprescindíveis para a esquerda brasileira, latino-americana e mundial.

Abrindo um parênteses que nos situe no meio de um cenário mais complexo...

Em tempos de mundo globalizado, os meios de comunicação se tornaram ferramentas perigosas para o bem e para o mal. Se a neutralidade na difusão de informação e conhecimento é uma falácia, o é também considerarmos que existe ampla liberdade de expressão, no seu sentido mais genuíno, nas democracias contemporâneas.

Estamos diante de mais uma grande contradição das democracias liberais. Mas como para todos os paradoxos do capitalismo se acha uma justificativa “plausível”, o sistema se encarregou de confundir direito à comunicação com liberdade de imprensa. E o sagrado poder que a mídia tem de difundir em massa o que quiser sem nenhuma regulamentação se tornou inviolável, mesmo que essa mídia seja controlada por uma minoria, mesmo que o conteúdo divulgado golpeie os direitos humanos, mesmo que ela golpeie o próprio regime democrático.

O caso brasileiro é ainda mais emblemático. Depois de três décadas de retorno ao regime democrático, nós ainda temos uma mídia oligopolizada por meia dúzia de famílias que se tornaram donas ad eternum de concessões públicas. Não é por acaso que os donos dessas emissoras que ganharam concessão da ditadura militar têm uma relação estreitíssima com a direita brasileira e com o capital financeiro internacional. Sebastião Salgado – grande personalidade internacional que, orgulhosamente, é nosso vizinho de Aimorés – disse em recente entrevista à Carta Capital que “pela primeira vez, os que estão no governo não são os mesmos que dominam os meios de comunicação e por isso há

informação sobre corrupção”. Essa fala é um tanto elucidativa sobre tudo isso.
Democratização das comunicações não se tornou uma pauta central da esquerda e dos movimentos populares pelo mundo afora à toa. Comunicação é poder, e por enquanto essa arma poderosa está concentrada nas mãos de poucos, restringindo a democracia e a cidadania.

Fechando parênteses.

A primeira e mais exitosa revolução socialista no mundo soube lidar muito bem com os meios de comunicação. Lênin, principal expoente da Revolução Russa, encarou a comunicação como central para a organização dos trabalhadores, seja para a formação política ou para a agitação e propaganda.

No Brasil, pelo contrário, a esquerda nunca conseguiu lograr grandes êxitos com a comunicação social. É sintomático que o maior partido de esquerda da América Latina, o PT, não tenha um meio de comunicação de massas, mesmo vivendo em um contexto de ataque constante da direita que está há anos luz da gente quando o assunto é comunicação.

O Página 13 não pretende ser uma ferramenta de comunicação de massas, uma vez que seu formato é voltado para um público já engajado, mas, certamente, ele é um instrumento indispensável para a militância petista e de esquerda do Brasil. Nós não devemos esperar que o Jornal Nacional ou que a revista Veja se convença dos nossos ideais e valores de esquerda, porque eles sempre estiveram à serviço do outro lado. Cabe a nós construirmos pelas próprias mãos as alternativas de comunicação, seja por blogs como esse, pelas redes sociais, rádios e TVs comunitárias ou pelos jornalzinhos impressos que, diferente do senso comum, não saíram de moda.


O jornal Página 13 só se mantém por meio de suas assinaturas, e é por isso que me resta fazer a propaganda e pedir sua colaboração para que ele continue circulando por muito tempo. O cadastro para assinaturas pode ser acessado por esse link: http://www.pagina13.org.br/jornal-pagina-13/assinaturas/

domingo, 2 de agosto de 2015

ESTAMOS BEM DE SAÚDE

ESTAMOS BEM DE SAÚDE (EM CUBA)

NOTA DO BLOG: Cuba vai muito bem de saúde. Pode não ter dinheiro, mas saúde sim. É costume falar que "primeiro a saúde e depois o dinheiro".

Com países capitalistas como o Brasil, infelizmente o PT não quis ou não conseguiu implantar o socialismo, primeiro vem o dinheiro. Em qualquer crise econômica setores públicos com saúde sofre e consequentemente quem precisa dos sistemas públicos, ou, seja a classe trabalhadora.

Esse blog, Mutum Socialista, ao compartilhar esse artigo do PORTAL VERMELHO, quer afirmar que é possível um sistema político que não fique a mercê das crises do capitalismo.

LEIA O TEXTO ABAIXO, É INTERESSANTE
Saúde de Cuba
Jaime Sautchuk *

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar novos dados sobre a situação global da saúde pública, país por país, e coloca Cuba no topo do mundo. O tema acabou gerando fartas matérias na mídia e debates nas redes sociais da Internet no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

Nos Estados Unidos, as redes de TV dedicaram bons espaços ao assunto. Em alguns casos, na tentativa de desacreditar os dados da entidade maior da área em plano global. Não é de se estranhar. Há até quem afirme que os dados não são confiáveis, pois seriam oficiais do governo cubano, e este poderia estar manipulando.

É falta de conhecimento ou pura má-fé. Os organismos da ONU têm seus mecanismos para aferir a acuidade dos dados que utilizam. Eu trabalhei alguns anos no Unicef e sei como funciona. Pode até haver casos de divulgação de dados imprecisos sobre algum país, mas por certo não seria o caso de Cuba.

O fato é que algumas das mais respeitadas publicações científicas do planeta também dedicaram espaços ao tema e, aí sim, com a isenção que o assunto merece. De um modo geral, a conclusão é de que o sistema de saúde da Ilha é de fato muito bom e os resultados surgem ao longo dos anos. Não são casos isolados, é progresso social.

O britânico “New England Journal of Medicine”, por exemplo, em edição de janeiro último, ressalta o fato de que Cuba “apesar de ter recursos econômicos limitados, conseguiu resolver problemas que nós até hoje não conseguimos alcançar”.

O texto deixa claro que o autor foi a Cuba para conferir as avaliações da OMS e, caso a intenção fosse de rebatê-las, o tiro saiu pela culatra. É certo que o artigo aponta deficiências do sistema, em especial quanto a equipamentos de última geração e a atualização dos profissionais diante dos avanços da Medicina mundo afora.


Ressalta, contudo, que a questão dos equipamentos é compensada, com sobra, pela capacitação dos profissionais de saúde. Cita dados de 2008, quando havia 37.000 desses profissionais cubanos, especialmente médicos, trabalhando em 70 países. 
A maioria desses profissionais estava em ações de solidariedade no Haiti, na África, Oriente Médio, planeta afora enfim. Mas é ressaltado o fato de que boa parte deles atuava em países do primeiro mundo, o que acaba sendo uma fonte de renda para o país.

O segredo cubano está do atendimento preventivo, feito nas casas das pessoas, o que implica ações no campo da higiene e qualidade da água, envolvendo toda a família. Cada médico generalista tem mil pessoas sob o seu cuidado. 

Todos esses pacientes são visitados em casa no mínimo uma vez por ano. O atendimento por especialistas e eventual internação entram sempre que necessário, mas nunca como primeiro recurso.

Uma aparente deficiência na atualização científica e tecnológica dos profissionais do setor – reveladas, por exemplo, pela dificuldade de acesso à internet – é compensada por uma enorme variedade de publicações científicas produzidas por universidades e instituições cubanas ligadas à saúde.

É de grande valia, também, outro avanço da sociedade cubana nas últimas décadas, que é a Educação. A taxa de analfabetismo no país não chega a mísero1%, segundo o artigo, e nas escolas os cuidados com a saúde são partes fundamentais dos currículos.

O índice de mortalidade infantil, que na década de 50 era de 80 crianças por cada 1000 nascidas vivas, hoje é de 5 por 1000, o que, destaca o autor, é superior à dos EUA. Também é desse nível a expectativa de vida de 78 anos, uma das mais altas do mundo.

“Sem dúvida alguma, esses resultados são decorrentes da educação e do padrão de nutrição da sociedade cubana”, diz ainda o artigo. E aponta, é claro, esse desempenho como fator primordial para a qualidade de vida da população.

E entra na roda, então, o aspecto da indústria farmacêutica, talvez a maior surpresa para o jornal britânico. As indústrias cubanas são top de linha e toda a produção é desenvolvida com tecnologia própria. Produz medicamentos para tudo o que se imaginar.

Os profissionais de biotecnologia são formados em Cuba mesmo, mas muitos são enviados para especializações nas melhores universidades do mundo, estejam onde estiverem. O resultado é que todo remédio é gratuito no sistema local e, além disso, essa produção tem hoje forte peso na pauta de exportações do país.

Outras publicações e participantes de grupos de profissionais de saúde em redes internéticas buscam fazer comparações. Mas, no fim das contas, todos acabam concordando em que é difícil comparar. Mesmo com países tidos como referências em saúde, como Canadá, Suécia ou Grã-Bretanha.

Salta aos olhos, assim, que a saúde, em Cuba, não é apenas das pessoas cubanas. É a saúde do país.