NOTA DO BLOG: Confessamos que nós do blog, MUTUM SOCIALISTA, temos um fascínio por jornais panfletários, criados por grupos ideologicamente definidos. O jornal Página 13, de uma das tendência mais tradicionais do Partido dos Trabalhadores está em consonância com esse nosso fascínio. Por isso, nosso companheiro João Paulo Furtado de Oliveira, que recentemente foi nosso entrevistado na série DIÁLOGOS DE BASE, nos informa mais sobre esse periódico de informação e sobretudo de formação que atua dentro dos nossos anseios de construir uma sociedade justa, solidária e fraterna.
Ainda em sua explanação sobre o Página 13, João Paulo Furtado de Oliveira aborda a questão da democratização das comunicações no Brasil que funciona como um quarto poder.
Um jornal a serviço do PT Democrático,
Socialista e Revolucionário
O jornal Página 13 é uma publicação mensal da Articulação de
Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores. Há mais de 10 anos,
esse veículo de comunicação, disponível em formato impresso para assinantes e
on-line para qualquer pessoa, tem pautado debates imprescindíveis para a
esquerda brasileira, latino-americana e mundial.
Abrindo um parênteses que nos situe no meio de um cenário mais
complexo...
Em tempos de mundo globalizado, os meios de comunicação se
tornaram ferramentas perigosas para o bem e para o mal. Se a neutralidade na
difusão de informação e conhecimento é uma falácia, o é também considerarmos
que existe ampla liberdade de expressão, no seu sentido mais genuíno, nas
democracias contemporâneas.
Estamos diante de mais uma grande contradição das democracias
liberais. Mas como para todos os paradoxos do capitalismo se acha uma
justificativa “plausível”, o sistema se encarregou de confundir direito à
comunicação com liberdade de imprensa. E o sagrado poder que a mídia tem de
difundir em massa o que quiser sem nenhuma regulamentação se tornou inviolável,
mesmo que essa mídia seja controlada por uma minoria, mesmo que o conteúdo
divulgado golpeie os direitos humanos, mesmo que ela golpeie o próprio regime
democrático.
O caso brasileiro é ainda mais emblemático. Depois de três décadas
de retorno ao regime democrático, nós ainda temos uma mídia oligopolizada por
meia dúzia de famílias que se tornaram donas ad
eternum de concessões
públicas. Não é por acaso que os donos dessas emissoras que ganharam concessão
da ditadura militar têm uma relação estreitíssima com a direita brasileira e
com o capital financeiro internacional. Sebastião Salgado – grande
personalidade internacional que, orgulhosamente, é nosso vizinho de Aimorés –
disse em recente entrevista à Carta Capital que “pela primeira vez, os que
estão no governo não são os mesmos que dominam os meios de comunicação e
por isso há
informação sobre
corrupção”. Essa fala é um tanto elucidativa sobre tudo isso.
Democratização das comunicações não se tornou uma pauta central da
esquerda e dos movimentos populares pelo mundo afora à toa. Comunicação é poder,
e por enquanto essa arma poderosa está concentrada nas mãos de poucos,
restringindo a democracia e a cidadania.
Fechando parênteses.
A primeira e mais exitosa revolução socialista no mundo soube
lidar muito bem com os meios de comunicação. Lênin, principal expoente da
Revolução Russa, encarou a comunicação como central para a organização dos
trabalhadores, seja para a formação política ou para a agitação e propaganda.
No Brasil, pelo contrário, a esquerda nunca conseguiu lograr
grandes êxitos com a comunicação social. É sintomático que o maior partido de
esquerda da América Latina, o PT, não tenha um meio de comunicação de massas,
mesmo vivendo em um contexto de ataque constante da direita que está há anos
luz da gente quando o assunto é comunicação.
O Página 13 não pretende ser uma ferramenta de comunicação de
massas, uma vez que seu formato é voltado para um público já engajado, mas,
certamente, ele é um instrumento indispensável para a militância petista e de
esquerda do Brasil. Nós não devemos esperar que o Jornal Nacional ou que a
revista Veja se convença dos nossos ideais e valores de esquerda, porque eles
sempre estiveram à serviço do outro lado. Cabe a nós construirmos pelas
próprias mãos as alternativas de comunicação, seja por blogs como esse, pelas
redes sociais, rádios e TVs comunitárias ou pelos jornalzinhos impressos que,
diferente do senso comum, não saíram de moda.
O jornal Página 13 só se mantém por meio de suas assinaturas, e é
por isso que me resta fazer a propaganda e pedir sua colaboração para que ele
continue circulando por muito tempo. O cadastro para assinaturas pode ser
acessado por esse link: http://www.pagina13.org.br/jornal-pagina-13/assinaturas/
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