sábado, 6 de agosto de 2016

O MUNDO DA POLÍTICA OFICIAL DO BRASIL PERDEU SENTIDO

DA SÉRIE: OBSERVAÇÕES DE RUDÁ

O golpe de Temer abriu as portas do descaso do mundo político ao razoável. Foi ao extremo do realismo político. Na verdade, o ultrapassou, criando um mundo paralelo, como o de Alice. De certo modo, retorna ao infantilismo da paralógica.
A decisão do prefeito Márcio Lacerda de apunhalar seu pupilo não tem paralelo na história política do país. A política oficial brasileira é recheada de idiossincrasias de tipo imperial. Mas nada se aproxima do nonsense de Lacerda, aquele que projetou viadutos, que pensou em vender ruas, que proibiu o uso coletivo de espaços públicos, que proibiu a capital dos botecos de cantar. Lacerda é um caso a ser analisado, estudo a ser oferecido à posteridade. Estamos falando de um Nero contemporâneo, um Calígula bem sucedido.
Paulo Brant, seu ungido, saiu de sua cabeça e vontade. A convenção formalizou sua candidatura. O candidato se desincompatibizou da Cenibra e exatamente no momento em que se despedia dos colegas de trabalho soube, não por Lacerda, mas por emissários, que o imperador o havia abandonado. Como um capricho das estrelas.
Lacerda teria feito um acordo com o silencioso Aécio Neves, o recordista de delações recentes. O senador Antônio Anastasia teria sido o mediador.
O requinte de crueldade é único. Brant foi convidado pelo prefeito de BH para se filiar ao seu partido durante o velório de seu irmão, o compositor Fernando Brant, em 2015.

Não parece ter sido coincidência. O prefeito enterrou mais um Brant.

NOTÍCIA DE REFERÊNCIA: O TEMPO.
FONTE: https://www.facebook.com/ruda.ricci?fref=ts