quinta-feira, 20 de maio de 2010

MINAS GERAIS É GRANDE, O SIND É ÚNICO E O GOVERNO PENSA PEQUENO

Continuando o raciocínio de que se hoje não estamos na sala de aula é culpa do governo que atropelou o processo de negociação, por desconhecimento da dinâmica da organização dos trabalhadores ou por picardia, o que aposto na última opção.

A questão é que o governo pensa que a diretora geral do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, conduz com mão de ferro o sindicato como ele conduz com mão de cobre (do dinheiro com que compra cabo eleitorais) o estado de Minas Gerais. O sindicato agiu corretamente, ainda que tenhamos que passar por mais uma semana de pressão do governo, com sua falácia.

Que leu o que escrevi em GREVE É UM JOGO DE ESTRATÉGIAS, sabe que entendo que o medo é um sentimento presente na GREVE, uma presença incomoda, inoportuna, mas o medo aflora. O que vence o medo nesse caso, é a Esperança e, sobretudo, a confiança naquelas e naqueles que conduzem o processo.

O oponente na greve também pensa e joga. E o governo joga com todas as suas armas. Apela para salvar sua pele e sobretudo a pele de seus correligionários políticos. Esses sim tem alguma coisa a perder. Sobretudo aqueles que votaram contra o nosso aumento estão sendo cobrados em suas bases. Afinal, ouso a afirmar que dos 77 deputados da Assembleia Legislativa, não há um sequer que não tenha tido um voto, ao menos, de um educador desse Estado.

Lembro me de uma greve da política em que enquanto não faleceu alguém, o impasse não foi resolvido. Acredito aqui que ele vai precisar demitir alguém. Pena que seja alguém designado ou em estágio probatório. O que o governo quer é fazer aflorar mais medo.

Sinceramente, penso que os fatos dessa última semana são característicos do começo do fim da greve em que ainda não tem nem vencedores e nem vencidos. E eu não gostaria nem de vencer e nem de ser vencido. Gostaria de convencer ao governo e sobretudo a opinião pública de que é intolerável os salários dos educadores praticados pelo estado. Ou ser convencido do contrário.

O que o governo precisa, nem que seja a título de contribuição para que a greve acabe é dar tempo ao sindicato para fazer o que precisa ser feito. O final da Assembleia do Sind-Ute não está sendo levado em consideração. A proposta feita pelo governo, somente após a votação pela continuidade da greve, tem que ser estudada por um sindicato que é único da nossa categoria, em um estado grande com várias subsedes. Se o governo não entender isso, pelo amor de Deus.

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