quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

VAI FECHAR O TEMPO EM MINAS GERAIS

FONTE: http://historiaspraboiacordar.wordpress.com

articulista mineiro reconhece que governo de minas não cumpre a lei do piso, que “choque de gestão” é autoritário e que aécio neves sobrevive politicamente apenas por sua simpatia pessoal e pelo apoio da mídia governista

Quando um articulista usa seu espaço na mídia mineira para questionar o Governo de Minas e as gestões de Aécio Neves e Antônio Anastasia, a gente é obrigado a valorizar… Mesmo que este articulista seja o duvidoso Sylo Costa.
do O Tempo
Sylo Costa

O governo mineiro relativiza o tempo e a remuneração, deixando, assim, de cumprir a lei

Publicado no Jornal OTEMPO em 30/11/2011
Com a aprovação pelo Legislativo do projeto de lei que define a remuneração dos servidores da educação, confirmando o que quer o Executivo estadual, com a implantação do regime do subsídio – no meu entendimento, inapropriado – ficará faltando “apenas” a assinatura do Sind-UTE, uma das partes desse divórcio anunciado pela greve do magistério, de 107 dias de duração, que tantos transtornos trouxe ao Estado. Chamei de divórcio o que, na verdade, seria melhor designado como “briga de tapa”, em que todo mundo sai apanhando, até quem se atreve a apartar os contendores.
O governo fala em “choque de gestão”, que é uma forma de administração em que sempre prevalece a vontade do Executivo. Aqui não cabe a discussão frouxa sobre competência do governador. O professor Anastasia é, sabidamente, um homem competente e honesto, aquele tipo que todo pai deseja para genro. Votei nele e tornaria a votar, se isso pudesse conduzi-lo ao lugar certo para seu perfil: ministro do STF.
Tenho certeza de que o Brasil estaria muito bem servido, mas, politicamente, o homem tem a cintura dura, não é do ramo, não conhece a gente mineira, não sabe o nome do povo do interior, e não aguenta andar descalço no mato… Segue os passos de seu antecessor, que sobrevive politicamente por sua simpatia pessoal e pelo apoio da mídia governista. Nisso, seu jeito carioca às vezes ajuda e às vezes atrapalha. O carioca, além da maneira “blasé” com que leva a vida, não é muito chegado à prática salutar do trabalho… E diferente de nós, mineiros, que, como declarou um estadista “temos o senso grave da hora”.
Aprovada há mais de três anos, a lei nacional do piso salarial do magistério fixou em R$1.187 a remuneração dos professores da educação básica por 40 horas de trabalho semanal, excluindo as gratificações. A lei assegura ainda aos docentes 33% desse tempo para o trabalho extraclasse. E o tempo para os estudos, o preparo das aulas e o material didático, além da elaboração das provas e trabalhos.
Reportagem da “Folha de S.Paulo” diz que 15 Estados não cumprem essa lei, entre eles Minas Gerais. O governo mineiro relativiza o tempo e a remuneração, deixando, assim, de cumprir a lei, além de fixar a remuneração como subsídio e não reconhecer as vantagens a que tem direito todo servidor público, como tempo de serviço (que o direito consagra como bem patrimonial) e outras vantagens próprias de cada carreira.
Agir assim é tergiversar sobre uma verdade verdadeira. Apelo ao governador para que não permita que sua rica biografia seja manchada com o título de algoz de uma classe que é muito maior do que todos nós juntos, pois que dela depende o futuro da nação. Sei que, no desejo de apartar essa briga, posso levar tapas também, mas sou do Vale do Jequitinhonha: quem nasce ali e escapa está preparado para ser apartador de brigas da vida, não é “gauche”, como pode acontecer a quem nasce em Itabira.

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