DA SÉRIE: QUAL O SABOR DA LAMA
NOTA DO BLOG: Nosso blog MUTUM
COMUNITÁRIO, até a dias era o MUTUM SOCIALISTA traz à tona para nossos
seguidores e leitores, a opinião de Dom
Luiz Demétrio Valentini, bispo sempre ligado aos movimentos sociais, para dar
sequência a nossa série QUAL O SABOR DA LAMA. Vamos fazer uma leitura atenta, sempre
em paralelo aos artigos de Leonardo Boff e Rudá Ricci. É intenção do blog
também postar nessa série opiniões de mutuenses e/ou companheiros que sempre
estão conosco nas caminhadas de transformação. O blog está aberto a diversidade
de opiniões.
JÁ
PASSOU DA HORA
QUINTA, 20 AGOSTO 2015 16:01
Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Bispo de Jales (SP)
A situação nacional chegou a um ponto limite. Está mais do
que na hora de acabar com querelas políticas, que nada contribuem para superar
a crise econômica, que precisa ser contornada com urgência.
O Brasil passa por problemas conjunturais, que agravam ainda
mais a situação, e que precisam ser enfrentados com realismo e competência. Há
muito tempo, por exemplo, que não se via uma escassez de água como a verificada
no sudeste do país, fruto de uma seca prolongada, com fortes reflexos na vida
do povo, que se vê na contingência de pagar caro pela água, além de precisar
racioná-la rigorosamente.
Mas os efeitos da crise hídrica não se manifestam só na
escassez de água potável. Ela se traduz também em crise de energia, que precisa
de soluções alternativas, que custam mais caro, além do risco iminente de
racionamento, que a situação já faz pressentir.
Sejam quais forem os problemas, com sua evidente
complexidade, resulta ainda mais evidente a urgência de um amplo entendimento,
que envolva todo o país, em todas as suas esferas, tanto na sociedade civil,
como nas estruturas do Estado, comprometendo o Judiciário, o Legislativo e o
Executivo, em todos os níveis, desde o federal até o local.
A hora é de entendimento, de diálogo, e de comprometimento.
Chega de questionar o resultado das eleições, chega de pedir a renúncia dos
governantes, chega de apelar para o impedimento da Presidente Dilma.
Nesta perspectiva é louvável a iniciativa da OAB e de outras
entidades como a Confederação Nacional da Indústria, a Confederação Nacional da
Agricultura e a Confederação Nacional do Comércio, além de outras organizações
da sociedade civil, propondo uma “carta à nação”, com sugestões para tirar a
economia da crise, e combater a corrupção. A carta diz que
“independentemente de posições partidárias, o Brasil não pode parar nem ter sua
população e seu setor produtivo penalizados por disputas ou por dificuldades de
condução de um processo político que recoloque o país no caminho do
crescimento”.
Com estas intenções, o movimento aponta saídas, como por exemplo, esta, de “dar força aos órgãos de investigação e ao Poder Judiciário para que a corrupção não siga como um empecilho para o desenvolvimento do país”.
Com estas intenções, o movimento aponta saídas, como por exemplo, esta, de “dar força aos órgãos de investigação e ao Poder Judiciário para que a corrupção não siga como um empecilho para o desenvolvimento do país”.
São apresentadas também sugestões para se evitar o
desemprego e a recessão, com a insistência de se ter regras claras para estimular
o investimento na infraestrutura, a ser feito em parceria com a iniciativa
privada nacional e estrangeira.
Nestas circunstâncias, haveria clima mais favorável, para se
empreender de vez uma reforma administrativa, com a finalidade de enxugar a
máquina, para torná-la mais eficaz e menos onerosa.
O movimento não representa nenhum partido e vai criar um
fórum permanente para dialogar com o governo e o Congresso.
Tudo para dizer que ainda é possível o diálogo e o
entendimento amplo, em vista da superação da crise que precisa ser debelada a
todo custo.
22/08/2015 08:14
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