quarta-feira, 16 de novembro de 2011


II Congresso da JPT: vitória da revolução democrática e de uma nova geração política

Já passava da meia noite de terça para quarta quando foi anunciado o resultado final do II Congresso da Juventude do PT, que ocorreu em Brasília, entre os dias 12 e 15 de novembro. O evento marcou o início da construção de uma nova direção para a juventude petista, com a hegemonia da chapa “Uma nova geração para construir a revolução democrática brasileira”. O novo Secretário Nacional será o companheiro Jefferson Lima, da CNB. A nova secretária adjunta será a companheira Joanna Paroli, da tese Avante e militante da Democracia Socialista.
Com resoluções à esquerda do debate partidário e com a perspectiva de enraizamento na juventude brasileira, o congresso deve ser visto pelas suas virtudes e, ao mesmo tempo, como uma experiência que precisa avançar na sua democracia.
Assista aqui a gravação da defesa da tese Avante, feita pela companheira Joanna Paroli
Balanço inicial
A aliança entre a tese Avante e a Construindo Um Novo Brasil foi essencial para aprovar uma resolução política e organizativa mais avançada para a JPT.
A maior vitória ficou por conta da inserção do conceito de revolução democrática ao documento, o que demonstra uma atualização programática mais à esquerda da juventude do partido. Com essa resolução, garantimos a concepção segundo a qual é necessário um partido militante, democrático e socialista para avançar a revolução democrática brasileira. Mesmo que algumas chapas tenham votado contra essa resolução, ela foi aprovada pela amplíssima maioria dos delegados e delegadas do II Congresso.
Quanto à política de alianças do PT para as próximas eleições, foi aprovada uma resolução mais avançada que a do 4o Congresso, priorizando alianças com os partidos do campo democrático e popular. No 4o Congresso a resolução falava apenas da proibição de alianças com PSDB, DEM e PPS.
Outra importante vitória foi a rejeição a uma emenda do Trabalho que propunha que a JPT deixasse de lado o debate sobre a legalização das drogas, em especial da maconha. A aprovação dessa moção certamente afastaria a Juventude do PT do debate progressista sobre o tema.
Essas resoluções aprovadas certamente nos dão maior capacidade de construir uma JPT para fora do partido, capaz de disputar aos valores da juventude brasileira e reencantar os jovens com a política. O nome da chapa vitoriosa, composta pelas teses Avante e Construindo um Novo Brasil, expressou esse sentimento hegemônico: Uma Nova Geração para Construir a Revolução Democrática Brasileira.
Mensagem ao Partido
A falta de unidade entre as diferentes correntes da Mensagem começou a ser verificada nas etapas estaduais do Congresso. Não se aliaram na maioria dos congressos estaduais e tinham enfoques distintos sobre o papel do 2° Congresso.
Desde o início do processo o MAIS privilegiou a relação com a Inaugurar e buscou uma aliança com o Trabalho. A Avante sempre privilegiou a unidade da Mensagem antes de dialogar com outras forças, mas a movimentação do MAIS inviabilizou isso.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a Avante venceu o congresso mas sofreu oposição dos companheiros do MAIS, que apoiaram a CNB. No Rio Grande do Sul esse grupo obteve delegados nas duas chapas que polarizaram a eleição (Avante e JCNB).
Do ponto de vista programático, é necessário ressaltar que a emenda ao texto de conjuntura que falava sobre a revolução democrática, apesar de aprovada pela maioria do congresso, recebeu voto contrário dos delegados do Mais.
A votação mais “polarizada” do congresso nacional expressou bem o frágil acordo político entre as teses que “denunciaram” a chapa formada entre a Avante e a JCNB. Apesar de MAIS e Fora da Ordem, em vários estados, indicarem secretários adjuntos por composição política (como em MG e RJ), apresentaram, junto com a AE, a Inaugurar e a Militância Socialista, uma proposta incompreensível de “regulamentação da secretaria adjunta” que tornava obrigatória a indicação do segundo candidato mais votado para o cargo. Pautaram-se pela reação à aliança composta pela Avante e JCNB, esquecendo o debate de fundo do congresso, e protagonizaram cenas de impressionante agressividade e desrespeito, incompatíveis com a cultura solidária do socialismo.
A Articulação de Esquerda, que em vários estados priorizou a relação com a JCNB, apresentou-se aliada à Militância Socialista na etapa nacional. A chapa Fora da Ordem reuniu Movimento PT, PTLM, Tribo e Novos Rumos.
A aliança entra a tese Avante e a CNB, no Congresso Nacional foi essencial para a formação de uma chapa que garantisse a ampla maioria (411 votos contra 241 conseguidos pelas outras chapas juntas) para a aprovação de um programa mais à esquerda e compatível com o novo momento do PT, após os avanços do 4o Congresso. Essa ampla votação ainda garantiu o direito da chapa nomear os ocupantes da Secretaria Nacional e da Secretaria Adjunta da JPT.

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