O BLOG MUTUM COMUNITÁRIO COMPARTILHA ESSE FRAGMENTO DA HISTÓRIA DA LUTA PELA TERRA NA INTENÇÃO DE LEMBRAR QUE TODOS NÓS PRECISAMOS NOS ENGAJAR MAIS NAS LUTAS PELOS NOSSOS DIREITOS SOCIAIS.
A luta pela terra em Três Marias, MG, de 1959 a 1964: Liga
Camponesa com a liderança de Randolfo Fernandes de Lima.
Em 1961, vieram os representantes dos fazendeiros: oficiais
de Justiça munidos de um mandado de reintegração de posse e capangas armados.
Além de expulsos, os posseiros tiveram suas roças e casas destruídas, tendo que
se deslocar para a localidade de “Córrego Seco”, onde, como sugeria o nome,
viveram à míngua, sem ter como cultivar. Mas o movimento dos posseiros ali se
consolidava, fundando-se na consciência de que fortaleciam um movimento social
de âmbito nacional. Era o ano do I Congresso Nacional de Lavradores e
Trabalhadores Agrícolas, realizado em Belo Horizonte (conhecido por Congresso
de Belo Horizonte), e no qual compareceram nada menos do que trezentos e seis
representantes da então recém criada Associação de Lavradores de Três Marias. O
conflito às margens do rio São Francisco transformava-se assim em luta política
de toda uma classe. Na fundação da associação, a causa dos camponeses posseiros
respaldava-se pela presença de quinhentas pessoas, entre lavradores e figuras
notórias, como o professor Tiago Cintra, o líder camponês Jôfre Correia, o
deputado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) Hernani Maia e o advogado
Romanelli. Sob forte tensão, foram todos ameaçados por um grupo de jagunços que
gritavam “os cubanos estão aqui!”; “eles são comunistas!”. Mas a luta não
esmoreceu. Ao contrário, ganharam de volta o direito à posse e, a partir daí,
articularam-se a diversas forças políticas de esquerda, como as Ligas
Camponesas com a visita de Francisco Julião, o PCB, a AP, e a POLOP.
Com três mil membros, a associação transformou-se no
Sindicato Rural dos Produtores Autônomos de Três Marias. Em 1963, perderam na
Justiça o direito a permanecer nas terras, mas, em resposta à carta aberta
destinada ao presidente da Superintendência da Reforma Agrária (SUPRA), João
Pinheiro Neto, obtiveram a intervenção favorável direta do presidente João
Goulart. Por meio de Decreto, Jango anula a decisão judicial, destinando a
terra “à fixação dos camponeses que ali se encontram trabalhando e produzindo,
tendo em vista solucionar gravíssimo problema social.” A notícia repercutiu e,
em reportagem do Estado de Minas, os fazendeiros prometiam reação. O golpe
militar viria em seguida. Randolfo Fernandes e outros líderes de Três Marias
foram presos, os demais camponeses, de uma vez por todas expulsos de suas
terras.
FONTE: FREI GILVANDER
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ResponderExcluirThanks for sharing. luton meet and greet
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